Baianos incendeiam 41 �nibus em Porto Seguro

Salvador ? Revoltados com o atropelamento e a morte da estudante Ismênia dos Santos Costa, 17, cerca de 4.000 moradores de Porto Seguro (705 km ao sul de Salvador) incendiaram 41 ônibus e depredaram outros 15 da empresa Expresso Brasileiro, entre o final da tarde de segunda-feira e a madrugada de ontem. O escritório e a área de manutenção da empresa ? a única autorizada a realizar transporte coletivo na cidade ? também foram completamente destruídos e saqueados. ?Perdemos todas as mesas, cadeiras, aparelhos telefônicos, geladeiras e documentos contábeis?, afirmou Márcio Carlito, diretor da empresa. O quebra-quebra começou no final da tarde de ontem, depois que a notícia da morte da estudante se espalhou pela cidade, o segundo maior pólo de atração turística do Estado. De acordo com testemunhas, Ismênia dos Santos Costa e sua colega, Eliana Souza Costa, 15, retornavam em uma mesma bicicleta para as suas casas. Ismênia teria tentado se desviar de um pedestre quando foi atropelada. Com o choque, Eliana Costa teve traumatismo craniano e permanecia internada em estado grave no Hospital Luís Eduardo Magalhães até a tarde de ontem. Preso em flagrante, o motorista Adilson José de Almeida, 25, declarou que não teve culpa no atropelamento. ?Não vi quando as duas estudantes caíram da bicicleta?, afirmou o motorista em seu depoimento à polícia. Almeida disse, também, que abandonou o local com medo de ser linchado. Ontem, Porto Seguro amanheceu sem ônibus. Para garantir a integridade dos funcionários da empresa e impedir nova manifestação dos moradores, o comando da Polícia Militar determinou que dois policiais armados vão trabalhar em cada ônibus que circular pela cidade.