Um dos movimentos musicais brasileiros que mais mudou a forma de pensar e ouvir música, na década de 60, o famoso Clube da Esquina, mantém-se atual e popular – não por acaso, Milton Nascimento está em turnê que homenageia o movimento/discos. E mesmo sendo um acontecimento mineiro, de quase 60 anos atrás, ele ainda reverbera na construção cultural de outros lugares e artistas. É o caso de Marcos Farias, alagoano que foi mordido pelo bicho do Clube e lançou seu primeiro disco influenciado pelo movimento, intitulado EmCanto.

O CD foi lançado em 2011, mas a influência ainda está presente no segundo disco: O Tempo é Agora, que mistura ritmos e estilos à cultura regional. Mas, claro, ainda é possível perceber a influência do Clube da Esquina. Isso porque não há cura de fato, segundo Marcos Farias, dessa febre de Milton, da musicalidade conceitual do Clube. No entanto, O Tempo é Agora, que será lançado no Quinta no Arena nesta quinta-feira, dia 31, no alto da festa das bruxas norte-americanas (é Halloween), bebe de outras fontes: “Recebi muita influência desde a MPB dos anos 70 e 80, do rock progressivo, do blues e do jazz ao regionalismo de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga” conta o músico e compositor Marcos Farias, completando com “Meu estilo tem mistura de todo esse universo musical que cresci ouvindo”.

A apresentação começa às 19h30 e faz parte do projeto Quinta no Arena, com ingressos a R$10 (meia entrada) e R$20 (inteira).

“A música alagoana deve ocupar bem esse espaço sagrado de entretenimento que é o teatro. Não só como maneira de difundir a própria música e cultura local, como também para tornar o teatro mais popular e acessível a todos”, diz.

Assim como o Clube da Esquina é um disco coletivo, feito a tantas mãos, o trabalho de Marcos Farias também é repleto de parcerias. “Trago parcerias de compositores e poetas das Alagoas no álbum O Tempo é Agora. No show, teremos a participação de Ellen Farias, minha filha, fazendo dueto comigo em uma canção que construímos juntos, a música que dá título ao CD”, comenta o compositor.

No palco do Teatro de Arena Sérgio Cardoso, ele também segue acompanhado por Silvano Queiroz ao teclado, Jadson Lima fazendo violão e guitarra, Higor Mendes no baixo, Jailson Gomes com a bateria e Ellen Farias com voz e backing vocal. “Haverá, ainda, a participação da Companhia de Dança Karla Freire, com performances contemporâneas durante o espetáculo”, disse o músico, completando a lista de participações.

Para finalizar, a energia que paira nas prévias da apresentação é coletiva e afetiva. Uma balada de Clube da Esquina, “Nuvem Cigana” faz o convite em grande estilo. “Eu danço com você o que você dançar, se você deixar o coração bater sem medo”.