Caderno B
HOMEM É CONDENADO POR OCULTAR PINTURAS
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RIO DE JANEIRO, RJ — Em 2010, um homem que dizia ter sido eletricista de Pablo Picasso entrou num escritório dos herdeiros do pintor espanhol carregando uma mala com 271 obras de arte. Pierre Le Guennec tinha a intenção de autenticar 180 pinturas e colagens cubistas, além de dois cadernos. Segundo ele, o tesouro era um presente do próprio Picasso, e tinha ficado na garagem de sua casa por 40 anos. Assim começou uma saga que durou 10 anos e terminou na semana passada, com uma decisão da justiça confirmando as condenações de Pierre, 80 anos. A esposa dele, Danielle, disse que seu marido "estava saindo" um dia quando Picasso lhe deu "uma caixa". Tempos depois, Le Guennec mudou sua história, alegando que Jacqueline Roque, a última esposa de Picasso, havia lhe dado as obras. O filho do artista, Claude Ruiz-Picasso, afirma que seu pai doava apenas obras que havia feito recentemente, nunca nessa quantidade. Para ele, a decisão do tribunal marcou "o fim de um golpe". As obras podem valer milhões de dólares. Pierre trabalhou como eletricista de 1970 a 1973 na casa de campo do casal. A história de que se tratava de um presente de Picasso a Le Guennec não convenceu. A família, as obras teriam sido roubadas da vila de Picasso, Notre-Dame de Vie, em Mougins, onde o eletricista instalou um sistema de alarme.
