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Nº 5859
Caderno B

EM SUA PRIMEIRA NOITE, MOSTRA SURURU LOTA ARTE PAJUÇARA

Público está mais engajado e comprometido com o fazer artístico em Alagoas

Por Victor Lima e Maylson Honorato | Edição do dia 12/12/2019 - Matéria atualizada em 16/12/2019 às 14h55

“O Poeta do Barro Vermelho”, de Matheus Nobre, é atração da mostra nesta quinta-feira
“O Poeta do Barro Vermelho”, de Matheus Nobre, é atração da mostra nesta quinta-feira - Foto: Reprodução
 

A movimentação do público foi o primeiro som a ser ouvido na noite de terça-feira (10), pelos corredores do Centro Cultural Arte Pajuçara. Todos conversavam e se preparavam para prestigiar as produções audiovisuais selecionadas para competir na Mostra Sururu de Cinema Alagoano, que está em sua décima edição. No palco da sala de cinema, os realizadores dos 29 filmes reiteraram o desafio contra a falta de incentivos para a arte e adiantaram o rigor de suas obras.

As produções, inclusive, foram de encher os olhos de quem foi prestigiar. Os clipes e filmes exibidos carregavam a maturidade adquirida pelos produtores alagoanos graças ao maior número de editais públicos disponíveis nos últimos anos.

Um dos produtores é o jornalista Marcelo Amorim , que exibiu na noite de quarta (11) o seu ‘Originários’. O documentário de 26 minutos colocou os indígenas na tela para reforçar a ideia de pertencimento, principalmente por parte das crianças das aldeias.

“Eu quis mostrar como as crianças se veem como índios, o que elas pensam, o que elas vivem, o que aprendem com os mais velhos diante desse cenário atual. Sempre fui atraído pela causa indígena. Tive a oportunidade de maior contato enquanto profissional e acredito que os índios precisam de mais visibilidade”, aponta o jornalista.

Marcelo reforça o coro dos realizadores sobre a importância do fomento à cultura. “Os editais são fundamentais para reforçar a produção audiovisual e acho que em 2020 teremos uma safra bem mais produtiva e que se encaminha para um aprimoramento, avanço do cinema, do fazer cinema em Alagoas”, expõe.

E ele conta que a intenção com a produção é uma só. “Quero reforçar em mim e nas pessoas o respeito à diversidade, à cultura. O ponto base é esse. Reforçar também o respeito aos direitos dos povos indígenas e de todos os cidadãos”, finaliza.

MOSTRA

A Mostra Sururu de Cinema Alagoano acontece até o dia 15 de dezembro. Ao todo, foram 59 filmes inscritos, de 12 cidades de Alagoas, além de uma versão itinerante do evento que, no decorrer do ano, exibiu filmes alagoanos para mais de 1.700 pessoas na capital e no interior. Para a produção, a Sururu chega à primeira década de existência realizando a edição mais robusta de sua história, desafia até mesmo a falta de incentivos, como conta Maysa Reis.

“Todos esses números nos surpreenderam. Se a gente parar para pensar, Alagoas é um Estado deficiente de políticas públicas para a cultura, principalmente para o cinema, que é uma arte cara de se fazer. Mesmo assim, temos quase sessenta curtas alagoanos produzidos, em um ano tão precário para a cultura. É surpreendente”, diz a idealizadora do projeto.

Ela defende que a Mostra Sururu tem como maior trunfo assumir a missão de “dar potência” à produção local.

“A produção do ano do cinema alagoano será vista primeiro na tela da Sururu. Só depois irá escoar para os festivais do Brasil e do mundo. Temos filmes muito bons, o nosso audiovisual vem crescendo e, neste ano dez, é possível ver claramente esse desenvolvimento e o papel da mostra nesse sentido. A expectativa está gigante, é uma edição comemorativa, as sessões foram muito bem montadas pela curadoria. Então, a gente tá esperando momentos de alegria e de emoção e que essas expectativas sejam extrapoladas”, complementa a produtora.

Nesta quinta-feira, mais filmes ganham as telas do Cine Arte Pajuçara. Vale conferir!

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