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Nº 5694
Caderno B

BAQUETAS DE OURO

Com o baterista Kiko Freitas como convidado especial, Clube do Jazz encerrou programação do ano

Por MÁCLEIM*/ ESPECIAL PARA A GAZETA | Edição do dia 14/12/2019 - Matéria atualizada em 14/12/2019 às 06h00

Noite coroou o trabalho incansável de toda equipe que faz o Clube do Jazz
Noite coroou o trabalho incansável de toda equipe que faz o Clube do Jazz - Foto: Ingmar Chagas
 

Na última terça-feira, 10, o Clube do Jazz encerrou com “baquetas de ouro” sua programação de shows para esse ano. O convidado especial foi o baterista Kiko Freitas, que mostrou, em detalhes, porque foi eleito, pela bíblia dos bateras, a revista norte-americana Modern Drummer, o melhor baterista na categoria World 2019. Foi uma noite que coroou o trabalho incansável de toda equipe que faz o Clube do Jazz e o seu braço mais exitoso: o Jazz Panorama Ao Vivo. Uma ideia já consagrada pelo seleto público aquariano e capitaneada, no palco, pelo grande e querido Juan Maurer, como se fora uma extensão do programa Jazz Panorama, apresentado pela Rádio Educativa FM, há mais de 20 anos. Ver o Teatro de Arena novamente lotado, para mais uma apresentação do Clube do Jazz e o seu convidado ilustre, foi um grande alento, um sinal ratificado de resiliência e resistência, um SIM de positividade e um interstício do NÃO à tentativa de desmonte e aniquilamento da cultura brasileira, promovidos pelo projeto de barbáries de um governo declaradamente com objetivos obscurantistas, autoritários e antidemocráticos. Em um momento de ataques deliberados às artes e a seus atores, é de se aplaudir de pé e tirar o chapéu para os que resistem, não se entregam e sabem que é na alma humana o seu lugar de apelo e abrigo, como o que vimos e sentimos naquela noite repleta de harmonia e transbordante musicalidade. Aliás, transbordante também foi a performance de Kiko Freitas (e os demais músicos em cena), com um discurso vastíssimo e um repertório de técnicas e invenções rítmicas e sonoras, capazes de impressionar a qualquer fruidor atento ao que ele propunha e desvendava a cada compasso ou célula rítmica. Ficou bem claro todo o seu talento e o porquê do merecido reconhecimento ao longo de sua exitosa carreira. Porém, ficou ainda mais claro o tanto de labuta e lapidação, que devem ter sido necessárias ao alcance do nível em que ele se encontra, atua e paira soberano. Sinceramente, saí pensando que, se eu fosse um batera, depois do que vi, só teria uma opção: estudar, estudar e estudar!

* É músico e jornalista

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