RÉVEILLON NA MUNDAÚ: GRUPO CRIA CAMPANHA PARA RESSIGNIFICAR

As festas de fim de ano movimentam, como poucas, as ruas de toda a cidade. Ao contrário do carnaval, que costuma movimentar com mais força a parte baixa de Maceió, o clima natalino vai além e chega aos mais diversos bairros, com decoração especial e luzes que dão o tom do período. O detalhe é que os artefatos não chegam a todos, o que tem motivado uma campanha, organizada pelo Movimento dos Povos das Lagoas, para que a região da orla lagunar também receba atenção pública.

A ideia é contar, pelo segundo ano consecutivo, com uma programação completa de réveillon na lagoa Mundaú e ressignificar a região.

A página criada para divulgação e angariação de fundos da campanha explica. “Na virada de 2018 para 2019 realizamos a primeira queima de fogos da história de Maceió dentro da lagoa Mundaú e queremos repetir esse feito para a virada de 2019 e 2020.Há 5 anos nossos integrantes e parceiros, dentro e fora do Movimento, discutem a falta de iluminação decorativa na orla lagunar nos eventos de final de ano, colocando diversos ofícios junto ao poder público. Mais uma vez não tivemos respostas em 2019, mas queremos mostrar que é possível sim inserir a lagoa na rota e no calendário das festas de Maceió”, anuncia a descrição.

PERTENCIMENTO

O que faz o grupo a continuar na luta para uma grande festa na comunidade é o sentimento de pertencer a um lugar que é estimulado em uma confraternização. “Há cerca de um ano tivemos relatos incríveis de pessoas que disseram que nunca na vida haviam assistido a uma queima de fogos, que podiam morrer de tanta felicidade! Pra nós foi algo muito impactante. Dessa vez queremos fazer muito mais! Vem com gente somar nessa conquista de cidadania através da cultura, vem com a gente transformar a região lagunar de Maceió!”, continua o texto da página.

Além da queima de fogos realizada no meio da Lagoa Mundaú, um dos maiores patrimônios naturais do estado de Alagoas, a virada de ano da orla lagunar, que está sendo viabilizada por meio de financiamento coletivo, é também uma forma de resistência, como afirma Rogério Dias, um dos coordenadores do Movimento dos Povos das Lagoas.

"Trata-se de uma luta por direitos, de chamar atenção para região da lagoa, de pensar o Revéillon dentro da perspectiva de uma economia criativa, gerando empregos, desenvolvimento da região e elevando a autoestima do povo. Nós temos direito ao nosso Réveillon, é um conjunto de ações que buscam pensar a região como um todo".

A programação contará, ainda, com apresentações culturais como coco de roda, batuque mundaú e bandas musicais. "Teremos atrações-surpresa que ainda estão esperando os resultados do financiamento coletivo. A maioria desses grupos culturais que se apresentarão fará de forma voluntária", assegurou o coordenador.

A queima de fogos poderá ser vista nos bairros Bebedouro, Chã de Bebedouro, Mutange, Bom Parto, Vila Brejal, Vergel, Trapiche e Coqueiro Seco. O início da programação está prevista para as 17h, do dia 31 de dezembro.