A poesia da objetividade, própria da profissão de repórter fotográfico, pode ser desvendada pelo público na 4ª Mostra Alagoana de Fotojornalismo e Vídeos de Alagoas, em cartaz no Complexo Cultural Teatro Deodoro até este 30 de janeiro. A visitação é gratuita e, segundo a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de Alagoas (Arfoc-AL), que organiza a exposição, trata-se de um recorte dos momentos que marcaram Alagoas em 2019, numa espécie de retrospectiva. 19 repórteres fotográficos e 12 repórteres cinematográficos participam da mostra este ano e a curadoria foi coletiva. Segundo o fotógrafo Ailton Cruz, presidente da Arfoc-AL, os fotojornalistas selecionaram registros expressivos sobre uma Alagoas plural e atual, compilando fatos marcantes em fotografias e vídeos. A organização da exposição foi assinada por Alice Barros e Robertson Dorta. “A fotografia não é só desgraça, nem só futebol, nem só as notícias do dia a dia. A fotografia é conhecer e conviver com outras culturas e passar isso que é registrado para o povo. Nessa mostra, a gente traz o André Feijó e um filme que ele fez em Piranhas sobre o Lampião; tem o Rodrigo Lins, com um vídeo sobre o trabalho dos policiais militares, explicando algumas questões internas deles. Tem também um vídeo sobre a sujeira do óleo nas praias. Alguns trabalhos foram até exibidos em emissoras como a Globo, a Record, a Band. Rodaram o Brasil”, conta Ailton Cruz, acrescentando que a mostra se destaca pela continuidade e pelo acervo audiovisual. “Outras associações do Brasil realizam uma exposição anual, mas utilizam apenas as fotos. O ex-presidente da Arfoc de São Paulo, por exemplo, me disse certa vez que não sabe como conseguimos reunir tanto material para a exposição. Isso surpreende. Eu digo que é um trabalho conjunto que a gente realiza e que torna tudo isso possível”, comemora o presidente do coletivo. “O fotojornalista é um olho a mais que enxerga através do visor da máquina coisas que a sociedade não vê”, continua. E sobre o fazer fotojornalístico, ele conta que “o futuro é uma construção alicerçada no que já aconteceu e, por isso, é sempre importante manter a memória. Por meio da fotografia e do vídeo, contamos um pouco do passado”. Ailton ainda destaca a importância da mostra para a cena alagoana, evidenciando que as produções de destaque estão saindo do eixo de produção Rio-São Paulo, mostrando o potencial do Nordeste. “o objetivo é incentivar e desenvolver ações culturais no Estado de Alagoas, estabelecendo o diálogo da sociedade com a imagem jornalística”.

As visitas podem ser feitas de segunda a sábado, das 8h às 14h; domingos e feriados, das 14h às 17h. Grupos de escolas e instituições podem agendar a visita guiada pelo [email protected] ou (82) 98884-6885. A entrada e o agendamento são gratuitos.