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Caderno B

Em querentena: redescobrindo o cinema de Alagoas

Site disponibiliza 261 filmes alagoanos gratuitamente e convida público a conferir produções audiovisuais locais durante o isolamento

Por Maylson Honorato | Edição do dia 24/03/2020 - Matéria atualizada em 24/03/2020 às 01h01

Cena do filme 'O que lembro, tenho', premiado curta do cineasta Rafhael Barbosa
Cena do filme 'O que lembro, tenho', premiado curta do cineasta Rafhael Barbosa - Foto: Reprodução
 

Nesses poucos dias de quarentena, produtores se desdobraram para oferecer conteúdo online e tornar o atual momento (de isolamento) mais proveitoso. Assim, shows virtuais, acervos de obras cinematográficas e literárias pipocaram na internet, como uma contribuição do setor criativo à investida pela contenção da proliferação do novo coronavírus. Em Alagoas, um acervo de 261 filmes alagoanos está disponível gratuitamente no site www.alagoar.com.br, que mantém o banco permanente de filmes, como um incentivo à descoberta do cinema local.

Entre curtas de ficção, documentários e filmes experimentais, o extenso acervo salvaguarda produções de diferentes épocas, que acabam contando um pouco da história do audiovisual alagoano e também da história do estado. De acordo com a cineasta Larissa Lisboa, que integra a curadoria do site, o convite é para aproveitar o tempo em casa para descobrir o cinema feito por aqui.

“O espaço dedicado a dar ênfase às obras audiovisuais alagoanas on-line foi criado justamente pensando em incentivar o acesso e difusão dessas obras, temos reforçado que os filmes estão disponíveis, que temos curadorias criadas por colaboradores do site, indicando filmes e videoclipes, como também reforçamos que aceitamos sugestões de curadorias”, explica a realizadora.

A história do poeta Jorge Cooper também está disponível no acervo gratuito
A história do poeta Jorge Cooper também está disponível no acervo gratuito - Foto: Jul Sousa
 

O estudante Tarciano Gustavo, de 23 anos, diz que descobriu o site por meio de postagens no Facebook, justamente com convites para as pessoas assistirem e comentarem sobre os filmes alagoanos.

“Eu não conhecia o site e nem sabia que existiam tantos filmes e tão bons como os que assisti. Foi uma ótima surpresa. Com certeza irei passar no site mais vezes durante essa quarentena”, disse.

Larissa Lisboa aproveita para convidar realizadores audiovisuais a cadastrarem suas obras e crescer o acervo do site. O cadastro está permanentemente aberto e é gratuito, basta acessar a aba “cadastrar produção” e seguir as orientação. Ela também reitera o convite ao público.

“As obras audiovisuais proporcionam diálogos, identificação, troca de energias, são registros das nossas histórias e estímulos para continuidade do desejo de contar histórias, de compartilhar experimentações, de comunicar com o público, de abraçar e ser abraçado pela poesia visual, de mergulhar na paixão pela expressão artística”, diz.

ALAGOAR

O Alagoar é uma iniciativa independente, voltada à preservação da memória, à divulgação e à formação audiovisual, com foco no audiovisual alagoano. O projeto nasceu em 2008, a partir de um trabalho de pesquisa e catalogação da videomaker Larissa Lisboa. Em 2015, o projeto se tornou um site, que hoje é a mais importante janela do audiovisual local. De acordo com a idealizadora, a iniciativa está aberta para colaborações voluntárias e coletivas.

NÃO DEIXE DE ASSISTIR

Destacamos alguns filmes alagoanos que integram o extenso acervo do site. Confira.

Sol Encarnado (2013)

Sinopse: Influenciado pelas coisas que ouve no rádio, Rapaz do interior inicia uma jornada em busca de um futuro e um destino melhores na cidade grande. Mas o rapaz não ouviu no rádio que a cidade não é o paraíso, aqueles são tempos difíceis para os que sonham e nem todos são donos do próprio destino. Ficção / Direção: Pedro da Rocha.


Mamãe Yes! (2014)

Sinopse: O filme Mamãe Yes! faz um registro da trajetória do tradicional bloco de carnaval alagoano Filhinhos da Mamãe. Conta com depoimentos dos atores Ronaldo de Andrade, Homero Cavalcante e José Márcio Passos, além da museóloga Cármen Lúcia Dantas e do artista plástico Denis Matos. Documentário / Direção: Vera Rocha Oliveira.


Memórias de um herói de carnaval (2016)

Sinopse: Produzido a partir de um depoimento de Pedro Tarzan (Pedro Ferreira Auta), uma das mais importantes e reconhecidas figuras dos carnavais de rua de Maceió, entre os anos de 1950 e 1980 do século passado. Documentário / Direção: Pedro da Rocha.


Chimarrão, rapadura e outras histórias (2014)

Sinopse: Filme acompanha uma visita de Hermeto Pascoal à sua cidade natal, Lagoa da Canoa. Documentário / Direção: Rafhael Barbosa.


Jorge Cooper (2013)

Sinopse: O filme persegue os vestígios deixados por Jorge Cooper, poeta alagoano que viveu em descompasso com sua época, para elaborar um retrato em forma de documentário. Dono de uma poesia concisa e de uma personalidade forte e irônica, tinha o conflito com o tempo como um de seus temas obsessivos. Experimentou diversas solidões e transformou-as em poesia. Documentário / Direção: Victor Guerra Araújo.


O que lembro, tenho (2012)

Sinopse: A idosa Maria vive num apartamento de classe média aos cuidados da filha Joana. Os sintomas de demência senil transportam Maria no espaço e no tempo, obrigando-a a reviver episódios de sua vida no interior alagoano. Enquanto a mãe é tomada por uma regressão gradativa, Joana assiste impotente ao seu distanciamento. Ficção / Direção: Rafhael Barbosa.


Acesa (2020)

Sinopse: Experimental de videodança - - Este vídeo faz parte da construção de “Curral”, filme dançado por Kamilla Mesquita e Nivaldo Vasconcelos. Direção: Nivaldo Vasconcelos.


Ontem à Noite (2013)

Sinopse: O filme narra a história de dois personagens que aparentemente ocupam espaços e posições contrapostas, mas que se tocam pelo viés do desejo. Sujeitos que escapam da vida planejada, Felipe e Vivian extraviam-se, põem-se à deriva e tem sua condição de vítima evidenciada por uma fatalidade. Ficção / Direção: Henrique Oliveira.

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