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Caderno B

ARTISTAS SE MOBILIZAM

Classe artística cobra celeridade e transparência da Secult-AL na execução de edital emergencial; após mobilização online, órgão divulgou novo calendário

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Imagem ilustrativa da imagem ARTISTAS SE MOBILIZAM
| Foto: Reprodução

Além de enfrentarem a grave crise do novo coronavírus, artistas e trabalhadores da cultura de Alagoas denunciam dificuldades para dialogar com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult-AL), acerca da execução do edital emergencial que viabilizou o festival chamado de “Dendi Casa Tem Cultura”. As queixas vão de falta de transparência até uma maior celeridade na divulgação das programações. Após um fim de semana cercada por uma mobilização online, a Secult-AL divulgou na tarde dessa segunda-feira (13) o novo calendário de lives do festival chamado de emergencial pela secretaria de Estado. O órgão, no entanto, não deu mais explicações sobre outras demandas de integrantes do setor cultural, que espalharam hashtags como #TransparênciaJáSecultAL e #RespeiteOsArtistas nas redes sociais.

De acordo com as publicações, além da morosidade para divulgar um calendário, artistas não aprovados no edital estariam se apresentando no festival, enquanto outros chegaram a realizar mais de um show. Desde que foi lançado, o edital do Governo de Alagoas é alvo de críticas. A demora na divulgação da programação da segunda etapa do festival, causou revolta em um grupo de artistas, o que gerou uma mobilização nas redes sociais para cobrar da Secult a programação e explicações. “Então, desde o fim de junho que vem essa espera. Alguns artistas mandaram email, não sei se houve resposta. Quando comecei a ver programações avulsas do Dendicasa (disponíveis no instagram, tá lá pra todo mundo ver) comecei a achar estranho. Comentei nos posts e só respondem com “em breve”. Não dão respostas contundentes, é só em breve, em breve... E a gente fica sem saber se os artistas que estão se apresentando agora foram aprovados e se foram, se estão sendo beneficiados, né? O edital é emergencial mas eles não parecem tratar com urgência”, conta o escritor Lucas Litrento. Lucas litrento foi um dos 20 aprovados no segmento Literatura, e demonstra revolta na organização da programação e na falta de comunicação entre os responsáveis pelo festival e os artistas. Das 20 pessoas selecionadas para o segmento de literatura, apenas uma foi escolhida para a grade de programação da primeira etapa da iniciativa, em junho. As outras 19 pessoas ficaram para julho, sem justificativa aparente. Além de escritor, Lucas é realizador cinematográfico e faz parte do Fórum de Literatura (Flal) e do Fórum do Audiovisual (Fsal). Ele afirma ter visto de perto a construção do edital de audiovisual da Fmac, e foi um dos aprovados. E aproveita para denunciar sobre o aguardado edital do audiovisual do Estado. “Meu filme já tá em pré-produção, só paramos por conta da pandemia. Enquanto isso, a secult não lançou o edital, não dialogam direito com o setor e tiveram o edital devolvido pela ancine com várias diligências, o que não aconteceria se tivessem dialogado com o fórum” diz Lucas. Artistas como Richard Plácido e Jean Albuquerque, usaram suas redes sociais para desabafarem sobre a situação. Apesar de não ser um dos selecionados, Richard Plácido usou o Twitter para mostrar seu apoio aos colegas. “Mais diálogo, secult. E dialogar não é dar retorno raso não”, diz Richard em uma de suas publicações. Uma das coisas que levantou mais questionamentos e fez os as artistas pressionarem a Secult foi a divulgação da programação do Festival do Rock, que está em sua segunda edição e foi realizada dentro do Festival Dendi Casa. Sete bandas para se apresentarem no festival e somente uma delas contemplada pelo edital. “Foi dito para gente que ia sair na sexta-feira e não saiu, e logo após disso soltaram a programação do Dia do Rock, e não esclareceram quando iam lançar a programação completa, ai eu e alguns participantes nos mobilizamos na internet para termos uma resposta deles referente à programação”, conta Jean Albuquerque.

OUTRO LADO

Após essa mobilização nas redes sociais, a Secult lançou uma nota para esclarecer o atraso na programação da segunda etapa do “Dendi Casa”. “Iniciamos nossa programação do Festival Dendi Casa Tem Cultura em junho, e muitas questões de logística e estrutura foram pontuadas pela equipe e pelos próprios artistas. A fim de encontrarmos a melhor maneira para realizar a ação com qualidade para nossos artistas e para o público, estamos ajustando nosso processo para que as performances online sejam apresentadas com excelência”, diz trecho da nota. Segundo a assessoria de imprensa da Secult, o edital não prevê produção, logística, estrutura de som, filmagem, internet para os artistas. No entanto, quando as lives começaram foi notado alguns problemas: a imagem e som das apresentações não tinham qualidade e a internet não tinha capacidade suficiente para a performance. E para auxiliar os artistas nessas apresentações foi montado um palco. “Montamos uma estrutura e oferecemos aos artistas. Aqueles que quiseram usar o espaço, tiveram que obedecer todos os protocolos de higiene e sanitário orientados pelos órgãos de saúde”, explicou a assessora Teresa Machado. Com a conclusão da primeira etapa, a produção da Secult analisou o processo e identificou a necessidade de reformulação. “Na construção dessa grade, ainda tem outros obstáculos, como por exemplo, o primeiro esboço montado para julho, foi desfeito porque os próprios artistas, que haviam confirmado, apresentaram justificativas para remarcar a agenda. E para a programação está sendo refeita de maneira adequada”, afirma Teresa. Em relação ao Festival do Rock Teresa afirma que há transparência na programação, e nenhuma banda está sendo privilegiada.

“Estamos dando continuidade às ações do nosso planejamento 2020, de maneira online, e inserindo essas atividades nesse grande projeto que já ganhou força que é o Festival Dendi Casa Tem Cultura. O fato de no nosso festival de rock ter uma banda contemplada pelo edital está em conformidade com o item 13.3 do certame que diz que os proponentes podem ser convocados para programações culturais posteriores”, finaliza.

LEI ALDIR BLANC

Outra situação que está deixando artistas apreensivos se refere à Lei Aldir Blanc e como ela será aplicada, considerando a situação atual de falta de comunicação da secretaria com a classe artística. “Mas é isso, os problemas de falta de diálogo na gestão do Festival Dendicasa, me fazem refletir sobre o que acontecerá com o edital do audiovisual e com a lei Aldir blanc. Nós artistas estamos no nosso direito de apontar erros, solicitar o diálogo com as gestões e pedir respostas dos processos e prazos. Até porque gestões passam, a arte fica. Como rima o black alien: ‘presidentes são temporários/música boa é pra sempre’”, conclui Lucas Litrento. Após as cobranças, a Secult lançou a programação da segunda etapa do Festival Dendi Casa tem Cultura. Para conferir a programação basta entrar nas redes sociais da Secult.

*Sob supervisão da editoria de Cultura

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