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Curta-metragem alagoano é indicado ao Grande Prêmio do cinema brasileiro e diretor Ulisses Arthur comenta peculiaridades da obra

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| Foto: Reprodução

O cenário audiovisual continua colhendo frutos, mesmo diante de todas as transformações na cena artística local. O desejo de expor olhares e histórias, sejam elas de ficção ou não, aumenta e ganha uma nova cara. Há 10 anos atrás o audiovisual de Alagoas era completamente diferente. Atualmente temos roteiros surpreendentes e que mostram vislumbres do cotidiano em cores e ganha espaço no vasto mundo do cinema. O curta-metragem de Ulisses Arthur, ‘Ilhas de Calor’, que estreou em 2019 no 29º Cine Ceará, foi agora indicado ao Grande Prêmio, prêmio nacional de cinema, mostrando cada vez mais a potência do cinema alagoano. O filme foi gravado em Viçosa e fala do despertar amoroso do protagonista Fabrício dentro de um ambiente escolar e traz a relação do estar apaixonado com a dúvida se esse amor é correspondido; a autodescoberta e a autoexpressão do mundo juvenil. O filme foi inspirado em situações que o próprio Ulisses passou, mas sobretudo foi inspirado em uma poesia, escrita anos atrás quando ele ainda era estudante do ensino fundamental. “O filme é um conjunto de cenas cotidianas da adolescência, marcadas muito pela ação, pela provocação, pelos sentimentos febris e hormonais. Foi esse sentimento que eu quis traduzir para o cinema”, conta Ulisses Arthur. A produção do filme envolveu jovens da Escola Municipal Pedro Carnaúba, também da cidadezinha do Vale do Paraíba, localizada a 86 quilômetros de Maceió. O diretor alagoano contou com a colaboração dos conterrâneos e com a ajuda dos professores da escola municipal que acolheu a produção e virou cenário para a trama. 19 estudantes e dois professores integraram o elenco do curta. “Gravar um filme é sempre uma surpresa, principalmente um filme independente, que é você arriscar, e arriscar até as expectativas que você tem no seu roteiro, porque ao mesmo tempo você não tem uma estrutura 100%. É claro que tivemos problemas na realização e teve muitas limitações, mas eu gosto da forma final que o filme ficou, e mais que gostar eu aceito ele como termômetro daquele tempo, daquele lugar e daquela equipe”, diz Ulisses. O filme foi para muitos festivais e ganhou uma grande visibilidade, o que projetou bastante a vida do diretor e contribuiu para a imagem do cinema alagoano fora do estado. No Cine Ceará, a disputa foi acirrada e somente 12 projetos foram selecionados. Ilhas de Calor saiu com o principal troféu da categoria que concorreu e acumulou críticas positivas. O filme circulou pelo Brasil em festivais no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília.

GRANDE PRÊMIO

O filme agora está sendo indicado ao prêmio nacional Grande Prêmio, que segundo Ulisses, remete a uma versão brasileira do Oscar e funciona à base de indicações e no final há uma academia para definir os premiados. A indicação para essa premiação é importante, pois de certa forma mostra o reconhecimento do filme e faz parte de um conjunto de filmes que se destacaram em um circuito de festivais. O filme ficou disponível durante dois meses na internet para que as pessoas pudessem assistir, votar e compartilhar, o que abre espaço para muita visibilidade. “Por ser um filme que se passa em escola, estamos recebendo muitos convites para cineclubes, sessões em escola, e para ser usado em oficinas, e é muito bom para a gente ver o filme sendo usado como material pedagógico”, conclui o diretor.

*Sob supervisão da editoria de Cultura

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