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OS 110 ANOS DO TEATRO DEODORO

Artistas e produtores falam da importância do principal palco de Alagoas; aniversário será celebrado com programação virtual, de 17 de novembro a 15 de dezembro

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Imagem ilustrativa da imagem OS 110 ANOS DO TEATRO DEODORO
| Foto: Divulgação

A estátua de Apollo no topo, a arquitetura repleta de detalhes, a imponência do edifício histórico que encanta os transeuntes do Centro de Maceió e reverbera por toda a capital. Palco mais importante de Alagoas, o Teatro Deodoro comemora 110 anos e segue como a casa dos artistas, da arte, do público que se vê ali, no palco, nas luzes, cenas e movimentos, nos espetáculos que tanto revelam de Alagoas e de sua gente. Para comemorar a primeira década desde o centenário do teatro, que é referência entre os teatros históricos do Brasil e do mundo, um festival online reúne artistas e grupos alagoanos, entre dança, música e teatro. Os espetáculos estarão disponíveis no canal do Teatro Deodoro no Youtube (confira a programação completa no final da reportagem). Do lado de fora, vem a admiração pela arquitetura; na parte superior do edifício, atributos das artes, pequenos templos, estátuas representando a história, a filosofia, a deusa, a música. Dentro da sala de apresentações, as pinturas no teto, o luxo do lustre, o vermelho das cortinas, os detalhes das frisas são um espetáculo à parte. No salão nobre, a decoração e os móveis antigos atraem os visitantes. No foyer, várias placas eternizam grandes nomes recebidos e momentos vividos ali. O lugar guarda muitos e importantes capítulos da história da arte e da cultura de Alagoas. Muito mais do que um cartão postal, sua representação, pelo menos entre os artistas, é de um lugar sagrado, um templo, um senhor, um Deus. Para o público, emoção, alegria, deleite. Para Alagoas, um patrimônio cultural. “É uma grande emoção poder vivenciar o aniversário de 110 anos do Teatro Deodoro, um lugar importante e de grande representatividade para a arte e a cultura de Alagoas. O teatro chega a esse marco em plena atividade, com calendário intenso, que precisou ser pausado na quarentena, mas que mantém seus projetos e um diálogo frequente com a classe artística de Alagoas”, afirma Sheila Maluf, diretora da Diretoria de Teatros de Alagoas (Diteal). O Teatro Deodoro foi construído para materializar o sonho do progresso artístico vivido pela população e os governantes de Alagoas, no início do século 20. No dia 11 de junho de 1905, era lançada sua pedra fundamental no Largo da Cotinguiba, também conhecido como Largo das Princesas, no Centro de Maceió. A obra, projetada pelo arquiteto Luigi Lucarini e tocada pelo mestre de obras Antônio Barreiros Filho, foi concluída em 15 de novembro de 1910, marcando os festejos de 21 anos da proclamação da República. A peça escolhida para essa data foi “O dote”, de Arthur Azevedo e, em seguida, o monólogo “Um beijo”, do alagoano J. Brito, encenado pela atriz de renome nacional Lucila Peres. Em 1914, o Deodoro sofreu com a chegada do cinema, bem como outros teatros do país, sendo arrendado a uma firma comercial e transformado em cinema. Diante da reação dos alagoanos, não demorou a voltar à sua finalidade inicial. A primeira reforma aconteceu em 1933, ficando fechado até meados de 1934. A ópera “A Toscana”, pela Companhia Lírica Italiana, marcou o reinício das atividades. Entre os anos de 1937 e 1939, foi transformado em depósito. Reincorporado ao patrimônio do Estado, em 1940, voltou às suas verdadeiras funções. Em mais de um século, o Deodoro recebeu atores, diretores, companhias teatrais e grandes nomes da música popular e erudita. Entre eles, Itália Fausta, Cia. Lírica Italiana, Bidu Sayão, Procópio Ferreira, Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, Companhia Eva Tudor, Rodolfo Mayer, Bibi Ferreira, Paschoal Carlos Magno, Fernanda Montenegro, Amir Haddad, Christiane Torloni, Clarice Niskier, Rosana Stavis, Marcos Damaceno, além de Caetano Veloso, Gal Costa, Egberto Gismonti, Arthur Moreira Lima, Djavan, Duofel, entre outros. Entre os artistas locais, o palco já recebeu nomes do teatro, como Linda Mascarenhas, Pedro Onofre, Ronaldo de Andrade, Homero Cavalcante, José Márcio Passos, Otávio Cabral, Ivana Iza, Waneska Pimentel e Diva Gonçalves; grupos como a ATA, Cena Livre, Cia Nega Fulô e Joana Gajuru; companhias de balé, a exemplo da Maria Emília Clark e Emília Vasconcelos; artistas da música como Leureny Barbosa, Wilma Miranda, Wilma Araújo, Zailton Sarmento, Ibys Maceioh, além de grupos como Clube do Jazz de Maceió, Camerata Ero Dictus, Coretfal, Corufal, Orquestras Sinfônica e Filarmônica de Alagoas. “Uma honra perceber que este importante templo das artes de Alagoas chega aos seus 110 anos como um poderoso espaço, que vem proporcionando meios para a compreensão do pensamento e das expressões artísticas do nosso estado, se firmando como um dos equipamentos artísticos culturais mais importantes do nosso cenário e sabendo se fazer síntese da diversidade natural do ser humano, um espaço de unidade e integração. O palco oficial do estado, conseguiu efetivamente se tornar democrático em sua essência, tanto na ocupação do palco, quanto em suas plateias. Avante!” - declara Alexandre Holanda, nome que se confunde com a história recente do Teatro Deodoro e do teatro de Alagoas. O principal projeto da casa é o Teatro Deodoro é o Maior Barato, que abre edital anualmente para selecionar espetáculos de artes cênicas (teatro, dança e circo) e de música (popular e erudita), como forma de incentivar e valorizar a produção artística-cultural alagoana. Em sua 21ª edição, o projeto terá 15 apresentações, que seriam em 2020, mas foram adiadas para 2021 por causa da pandemia da Covid-19. A Diteal realizou uma versão especial online em seu canal do Youtube com uma prévia do que haverá no palco no próximo ano.

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