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Caderno B

E AÍ, QUAL VAI SER?

Grandes festivais iniciam movimentação para retorno do setor no segundo semestre; em Alagoas, apesar de esperançosos, produtores falam em cautela

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Imagem ilustrativa da imagem E AÍ, QUAL VAI SER?
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Celebrar é sinônimo de ser brasileiro. Imagina só que alegria, todos vacinados, uma mistura de tribos, um line-up incrível e muita música. É exatamente essa a sensação que muitos esperam sentir logo, logo com o retorno dos eventos presenciais. Mas será que é o momento para os produtores de festivais começarem a organizar a retomada dos grandes eventos pelo mundo? Ou ainda é um momento delicado para falar sobre?

O Rock in Rio e o Lollapalooza são alguns dos grandes festivais internacionais do Brasil e geraram grande expectativa no público brasileiro para sua realização ainda este ano. Jornalistas do entretenimento, nas últimas semanas, afirmavam que os artistas internacionais estavam recuando quanto à participação no Rock in Rio Brasil 2021. Talvez a ineficiência do Governo Federal e do Ministério de Saúde em relação à vacinação tenha assustado os artistas internacionais, o que é totalmente compreensível.

Em nota, publicada na conta oficial do evento, o Rock In Rio adiou a celebração para 2022. “Essa mudança tem um único objetivo: preservar a saúde do nosso público, artistas e equipes que atuam na Cidade do Rock”, diz um trecho. O RIR está previsto para acontecer em 02, 03, 04, 08, 09, 10 e 11 de setembro do próximo ano e a programação deve ser divulgada, aos poucos, quando a situação se acalmar no país tropical.

Já na terra da garoa (São Paulo) outro grande festival enfrenta o dilema: cancelar ou manter as datas? O Lollapalooza 2020 foi remanejado para setembro de 2021, data essa que era vista por grande parte da população como um momento pós-pandemia. Mas, seguindo o ritmo de vacinação e o caos em que o Brasil se encontra, a produção segue em silêncio a respeito dos nomes do line-up, mantendo apenas as datas confirmadas.

Numa proporção um pouco menor, comparada aos grandes festivais citados inicialmente, temos o Nômade Festival, que celebra sua terceira edição em setembro deste ano e já apresentou grande parte do line-up do evento e tem buscado tranquilizar o público diante da crise que enfrentamos.

“Estamos vivendo a esperança de dias melhores, torcendo para que todos fiquem bem e as coisas voltem ao normal o quanto antes”, diz um comunicado postado no instagram oficial do evento. Os artistas que sobem ao palco são brasileiros, o que pode facilitar a logística e a comunicação entre a produção e os artistas, visando assim o melhor para todos os envolvidos.

Imagem ilustrativa da imagem E AÍ, QUAL VAI SER?
| Foto: CORTESIA/SIGMA

Elza Soares, Caetano Veloso, Majur e Gilsons são os nomes que compõem a programação do evento, que deve ocorrer no dia 25 de setembro, no Memorial da América Latina, em SP. A realização depende do ritmo de vacinação e, para Juliano Libman, sócio na InHaus (produtora responsável pelo evento), a empresa continuará atenta às regras sanitárias e orientações da OMS. “A segurança das pessoas é o nosso principal objetivo. A parceria da InHaus com todos os órgãos de saúde, Prefeitura de São Paulo e Governo do Estado, de certa forma facilita muitos atravessar esses desafios e oferece possibilidades sólidas para encontrar as melhores soluções”, pontua.

Em 2020, graças ao formato drive-in, a produtora realizou eventos com grandes nomes da música brasileira, como: EVA, Melin, Lexa, Projota e Agnes. A experiência serviu como escola para que a empresa pudesse reconhecer quais medidas adotar no contexto atual e nas futuras produções. “Na edição anterior, em 2019, recebemos 12 mil pessoas no Memorial da América Latina. Pensamos no Nômade Festival 2021 como um evento modelo, com adaptações ao momento atual e aplicação dos protocolos de segurança. Seguiremos todos os protocolos e não vamos nos expor a riscos”, compartilha Luiz Restiffe, sócio na InHaus.

Em Maceió, o Festival Carambola já mostrou diversas vezes a força do nosso povo ao celebrar a música, diversidade e a união de vários ritmos em um único lugar. Lili Buarque, idealizadora e produtora geral do evento, revela que há planos para a realização do festival em novembro deste ano. “Mas, obviamente, muitas águas vão rolar até lá, e só queremos realizar o festival se tivermos todos vacinados, com segurança”, enfatiza a empresária, que acrescenta que, caso este ano seja impossível realizar o evento, a edição do Carambola deve acontecer no primeiro trimestre de 2022.

Lili lamenta que o isolamento ainda seja necessário, mesmo um ano depois do início do surto da doença no país, mas enfatiza que é uma decisão prudente. “Não existe muita expectativa quando não se tem segurança. A gente não pretende realizar nada físico, com aglomeração, até a pandemia estar totalmente controlada”, conta.

Porém, caso as atividades sejam retomadas, Lili ousa afirmar que vai trabalhar, ao lado de sua equipe, para tornar o Carambola o maior festival do estado. “Muita pretensão? Talvez! Mas, acredito que depois de tanto tempo sem grandes eventos, a gente merece um dia inteiro (ou dois) de shows, sorrisos, intervenções artísticas, abraços, cerveja gelada e tudo que um bom festival contempla”, finaliza.

O Brasil segue registrando milhares de novos casos e milhares de mortes diariamente. Para que o vírus seja contido e as aglomerações possa retornar, é necessário voltar ao ano passado e ao isolamento, acelerar a vacinação e aguardar os próximos capítulos, torcendo para uma retomada segura do setor de eventos. Afinal, são milhares de empregos diretos e indiretos que dependem disso, sem falar no público, que anseia por um bom festival.

* É jornalista e gestor de eventos

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