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Com sete novos livros, coleção 'Raízes das Alagoas' será lançada hoje

Lançamento coletivo apresenta dezessete obras de autores alagoanos, de escritores clássicos a nomes destacados da literatura contemporânea

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Os leitores que amam desvendar a história do Estado vão se render aos sete novos títulos da coleção Raízes das Alagoas, que serão lançados hoje, 20 de dezembro, às 19h, no Complexo Cultural Teatro Deodoro. O evento é gratuito e aberto ao público e, além da coletânea, haverá o lançamento de mais dez livros de escritoras e escritores contemporâneos de Alagoas. A ação é encabeçada pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e a Editora da Universidade Estadual de Alagoas (EdUneal).
A coleção Raízes das Alagoas é uma antologia formada por obras clássicas, seminais, sobre a formação social, cultural e econômica do estado, escritas por autores alagoanos renomados. Seu objetivo é promover o resgate de títulos consagrados pelo tempo, há anos fora de catálogo, mas que continuam indispensáveis para os estudantes e pesquisadores. Nesta edição, a coletânea reúne obras de Abelardo Duarte, Craveiro Costa, Douglas Apratto, Luiz Sávio de Almeida, Manuel Diégues Júnior e Moreno Brandão.
"A Raízes da Alagoas reúne alguns dos maiores best sellers da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. Desde de 2019, quando lançamos os primeiros títulos da coletânea, com obras de Dirceu Lindoso, Nicodemos Jobim, Douglas Apratto e Abelardo Duarte, pudemos confirmar como é consistente o interesse do público leitor alagoano por livros de história de Alagoas”, afirma Maurício Bugarim, diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. “São livros indispensáveis para a boa formação intelectual de todos os alagoanos”, frisa.
Em consonância, Fábio Guedes Gomes, diretor-presidente da Fapeal, destaca que os livros da Raízes das Alagoas contribuem para interpretar nossa realidade atual. “A coleção traz um seleto conjunto de livros que tem que ser revisitado sempre. Essas obras são capazes de ajudar na nossa compreensão como sociedade, contribuindo para avaliar criticamente onde chegamos e pensarmos a superação dos nossos problemas estruturais. Parabéns a sociedade alagoana que recebe de braços abertos as novas edições desses títulos magistrais, produzidos com muita qualidade e zelo”, afirma.
"A Raízes das Alagoas traz a essência da alagoanidade. Reúne o pensamento dos maiores intelectuais de todos os tempos e traduz Alagoas em sua multiplicidade. A Uneal, através da Eduneal, está muito satisfeita em fazer parte deste belíssimo projeto junto a Imprensa Oficial Graciliano Ramos, com apoio financeiro da Fundação de Amparo e Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) a quem agradecemos nas pessoas de Fábio Guedes e Rosaline Mota", diz Odilon Máximo, reitor da Uneal.
De acordo com o economista, escritor e professor Cícero Péricles de Carvalho, membro do Conselho Editorial da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, o segredo do êxito editorial da coleção Raízes das Alagoas se deve ao fato de que a reedição dos livros clássicos sobre a formação alagoana, os bons estudos sobre a realidade estadual, atende uma demanda tanto dos pesquisadores universitários como dos leitores interessados em conhecer o passado regional. “A iniciativa conjunta da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Fapeal e Uneal é uma enorme contribuição para o ambiente cultural do estado, na medida em que coloca de volta à circulação, em formato moderno e com novas apresentações, estes livros clássicos, muitos deles obras raras e de pouca circulação, presenteando o mercado editorial com o que de melhor existe na produção intelectual sobre Alagoas”, afirma.
OBRAS ANTOLÓGICAS
Aberlardo Duarte (1900-1992)
Em “As Alagoas na guerra pela independência”, Abelardo Duarte relembra como a então recém-emancipada Capitania das Alagoas entrou firme na luta pela soberania nacional.
Já em “Episódios do contrabando de africanos nas Alagoas”, Duarte explica como o comércio ilegal de negros escravizados aumentou em terras alagoanas, mesmo depois da oficialização de acordos entre Brasil e Inglaterra. O autor denuncia a omissão das autoridades que deveriam combater o tráfico ilegal, bem como a ação das classes dominantes locais para mantê-lo.
Craveiro Costa (1871-1934)
Em Maceió, Craveiro Costa remonta às origens da capital alagoana, desde o seu nascimento “espúrio”, no pátio de um engenho colonial, até meados dos anos 1930, quando se aproximava o centenário da sua ascensão à sede político-administrativa do Estado, oficializada em 1839. O autor aborda as principais transformações econômicas, geográficas e sociais de Maceió, mencionando os seus personagens e os seus fatos históricos mais importantes.
Craveiro Costa foi historiador, jornalista, político, contador, educador e um dos pioneiros dos estudos estatísticos de Alagoas. Autodidata, interrompeu seus estudos aos 10 anos de idade, após se tornar órfão de pai. Apesar disso, consagrou-se como um dos maiores intelectuais públicos de Alagoas.
Douglas Apratto
“A tragédia do populismo: o impeachment de Muniz Falcão” reflete sobre um dos episódios políticos mais violentos da nossa história: a votação pelo fim do mandato do então governador, em 1957, na Assembleia Legislativa, encerrado com tiroteio que deixou oito feridos e um morto: o deputado Humberto Mendes. Apratto aborda as incompatibilidades de Falcão com as oligarquias, desvendando as reais causas das tensões entre o Executivo e o Legislativo em função dos interesses das forças hegemônicas do estado.
Douglas Apratto é um dos maiores difusores do conhecimento histórico sobre Alagoas.
Luiz Sávio de Almeida
“Notas sobre poder, operários e comunistas em Alagoas” versa sobre a trajetória dos principais movimentos políticos de esquerda em Alagoas. Discorre também sobre a expansão dos ideários comunistas e anarquistas em território alagoano; sobre o surgimento das primeiras organizações feministas locais; e sobre os primeiros movimentos grevistas da nascente classe operária alagoana e nordestina no começo do século 20.
Manuel Diégues Júnior (1912-1991)
Em “O banguê nas Alagoas”, Manuel Diégues Júnior remonta às primeiras propriedades rurais para produção de açúcar no estado, analisando de que maneira essas organizações produtivas contribuíram para definir Alagoas na atualidade.
Manuel Diégues Júnior foi sociólogo, antropólogo, jurista e folclorista com reconhecimento nacional e internacional. Nascido em Maceió, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, em 1935, época em que participou dos cursos livres de sociologia oferecidos por Gilberto Freyre, responsável por sua iniciação nas ciências sociais.
Moreno Brandão (1875-1938)
Escrito a pretexto da celebração dos 100 anos de independência político-econômica do Estado, “O Centenário da Emancipação de Alagoas” remonta aos principais fatos históricos alagoanos, desde o descobrimento do Brasil, passando pela ocupação holandesa, o Quilombo dos Palmares, a Revolução de 1817, a Cabanada e a Revolução Praieira, culminando no governo de Manoel Duarte, em 1909. Reflete sobre um século de evolução financeira do Estado e sua Constituição.
Nascido em Pão de Açúcar, Francisco Henrique Moreno Brandão foi médico, jornalista, poeta, romancista e um dos maiores expoentes da historiografia de Alagoas.

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