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Batucada inequecível

Bloco ‘Rasgando o Couro Rock Maracatu’ retorna às ruas após dois anos

Nesta edição, o bloco contará com a participação especial da paulista Mariana Aydar

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Quando o sol de domingo, 12 de fevereiro, estiver a pino, a massa sonora dos batuqueiros do Rock Maracatu ecoará pela orla de Maceió, no grande retorno às ruas do bloco Rasgando o Couro. A volta, após dois anos sem carnaval, será marcada pelas potências da cantora alagoana Fernanda Guimarães, que recebe a paulistana Mariana Aydar, participação especial do bloco carnavalesco.

Mariana é uma das paulistanas mais nordestinas de que se tem notícia na contemporaneidade. Vencedora de um Grammy Latino, a artista comanda o Bloco Forrozin, em São Paulo, uma celebração da cultura e da gente do Nordeste por aquelas bandas. Neste fim de semana, ela empresta sua voz ao Rock Maracatu, nesta que é sua primeira passagem por Maceió.

O bloco volta ao carnaval com o tema “Quais cores moram em você?”. Com mais de 60 componentes, entre batuqueiros e músicos da harmonia, o Rock Maracatu promete colorir a orla de Maceió ao som alternativo da mistura do Maracatu – folguedo popular tradicional de Alagoas — e a batida forte do Rock N’ Roll.

O bloco é aberto ao público, sem corda, e livre para total curtição. A venda de abadás e copos surge como uma tradição das últimas duas edições e uma alternativa para auxiliar nos preparativos do evento. Para adquirir, basta acessar a plataforma Sympla.

Além de Mariana Aydar, o bloco terá participações especiais de nomes como Mel Nascimento, Naná Martins e Wado.

MARIANA AYDAR

Ganhadora do Grammy Latino 2020 na categoria de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa, com “Veia Nordestina”, trabalho totalmente dedicado à música nordestina e suas vertentes, Mariana Aydar tem cinco discos de estúdio e um documentário lançado. Atualmente presente na trilha sonora da novela “Travessia“, na TV Globo, com a música “Espumas ao Vento”, a cantora e compositora paulistana alia elementos e ritmos contemporâneos às suas raízes do forró.

Ela conversou com a Gazeta de Alagoas e diz estar animada para fazer parte de uma “batucada inesquecível”, que deve marcar o retorno do Rasgando Couro às ruas de Maceió.

GAZETA DE ALAGOAS. Mariana, sei que você comanda um bloco que mistura carnaval e forró aí em SP, o Forrozin. Como começou essa sua paixão pela folia de Momo?

MARIANA AYDAR. Pois é, desde 2018. É um bloco dedicado à música nordestina, passando por forró, axé,maracatu, frevo e artistas contemporâneos. Eu sempre amei carnaval. Desde os meus 15 anos, até os 20, fui para o carnaval de Salvador, então tenho essa ligação com trio elétrico mesmo. Já estive cantando no trio, de backing-vocal com a Daniela [Mercury], embaixo do trio, na pipoca, no cordão, eu amo o carnaval. E agora eu trabalho no carnaval, que é um outro jeito de estar no carnaval e eu gosto muito.

Você já conhecia o Rock Maracatu e a potência do batuque e da voz da Fernanda Guimarães? Pode nos falar das suas impressões sobre o coletivo alagoano?

Já conhecia a Fernanda, mas ainda não conhecia o bloco. Fiquei encantada com a sonoridade, com a massa sonora de tantos batuqueiros, tantas percussões, um monte de mulheres maravilhosas tocando também. É diferente, né!? Quando você canta ao vivo com tantas percussões tocando junto, dá aquele quentinho no coração.

Este é o carnaval no qual voltamos às ruas depois de uma pandemia e um período difícil para a cultura no Brasil. Como você vê esse retorno à festa?

É aquele sonho que todo mundo queria viver. E eu tô vivendo ele como todo mundo, tô muito feliz de voltar pras ruas, poder estar com muita gente. Às vezes, quando a gente passa pelas coisas, como a gente passou por essa pandemia, que foi tão difícil, e a gente volta para esse lugar, a gente meio que normaliza certas coisas. Mas acho que essa pandemia nos ajudou a dar valor a coisas que antes a gente via como certas. O carnaval é uma delas, então a gente tem que cair na folia com toda essa bagagem, com muito amor, responsabilidade, e aproveitando cada segundo.

O seu ‘Forrozin’ é uma celebração nordestina na megalópole de São Paulo. Como você vê a saída do bloco este ano após um período de uma campanha de ódio contra nordestinos, que se espalhou nas redes após as últimas eleições?

Eu aprendo muito com o povo nordestino e a cultura nordestina. A minha arte é um agradecimento e uma inspiração por todos esses ensinamentos. É um agradecimento a tudo que me foi dado, ensinado. Eu tive a oportunidade de ir muito ao Nordeste e conviver com o Nordeste. Então isso é uma coisa que não entra na minha cabeça. É uma coisa que me indigna muito e me deixa com muita raiva. Então acho que a arte é uma forma de resposta a isso. O Forrozin é um bloco de carnaval em São Paulo, que é a capital em que existem mais nordestinos fora do Nordeste. E São Paulo deve muito aos nordestinos. Foram os nordestinos que construíram essa cidade. Eu sentia falta de ter um bloco celebrando os nordestinos na minha cidade.

Historicamente, o carnaval tem a ver com deboche e protesto também. Você vê a festa dessa forma? O que é o carnaval para você?

O carnaval, pra mim, é a celebração do amor, da liberdade, e também uma maneira de protestar. A gente está ocupando as ruas. Aqui em São Paulo isso é algo muito novo, a gente não ocupava as ruas da nossa cidade. Eu tenho um microfone nas mãos, então isso é um ato político, de amor, de felicidade e de liberdade.

É a sua primeira vez em Maceió. Qual a expectativa para sua participação no espetáculo do Rock Maracatu? E o que está preparando para nós?

Nunca estive em Maceió antes, será minha primeira vez. Imagine como eu estou feliz! A gente vai fazer um repertório de carnaval, com poucas músicas autorais, mas feliz por olhar nos olhinhos desse povo lindo, que eu ainda não conheço, mas que recebo muitas mensagens, sempre muito lindas. Estou muito feliz por fazer esse encontro pela primeira vez.

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Processed with VSCO with a4 preset | Foto: FLAVIA MANSUR

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