MÁRCIO CANUTO RELEMBRA SUA PASSAGEM NA GAZETA

Uma figura do jornalismo alagoano que ficou conhecida como “fiscal do povo” e “repórter oficial da galera”. Seu jeito inconfundível conquistou telespectadores de todo o Brasil. Márcio Canuto ocupa atualmente uma área nobre da comunicação no país, mas antes de trilhar esse caminho de tanto sucesso na profissão, foi nas páginas da Gazeta de Alagoas que começou a se desenhar o grande profissional. O maceioense de 76 anos tem mais de 60 dedicados ao jornalismo. A paixão pelo futebol foi herdada do pai, jogou no Santa Cruz e na seleção pernambucana. E foi na adolescência que Canuto iniciou sua carreira. Aos 16 anos, ganhou de uma federação esportiva uma credencial que lhe permitia cobrir partidas de futebol, abrindo-se um novo campo na vida deste jovem.

Márcio Canuto foi contratado pela Gazeta de Alagoas. No jornal mais importante do estado, ficou 12 anos e chegou ao cargo de editor-chefe. “Cheguei na Gazeta depois de trabalhar no Diário de Alagoas e, em seguida, no Jornal de Alagoas. Foi onde comecei a conquistar os prêmios de reportagem. Então, fui contratado pelo matutino para ser repórter esportivo e com pouco tempo passei a ser editor”, narra.

Ele afirma que foi sua obstinação por ir atrás da informação, sempre atualizado e buscando o máximo de aprendizado, que fez alçar esse novo voo. “Não que eu fosse melhor que ninguém mas sempre fui muito obstinado; lia bastante, atento a livros sobre a área. Acabei virando editor por conta disso. E nosso caderno começou ser mais leve, títulos ousados, diagramação mais contemporânea para a época. Quando viajava, eu tinha a curiosidade de ler jornais de outros locais para saber como eram as produções”, diz Canuto.

Ele lembra ainda, com saudosismo, da equipe esportiva com quem trabalhou, entre eles Edson Mauro, que é um dos maiores narradores esportivos do Brasil, Luis Alves e João José. “Contei com uma geração brilhante, de ouro tanto na época que atuei como editor de esportes como ao assumir como editor geral”, conta o jornalista.

Para chegar nessa nova etapa profissional, Márcio Canuto conta que foi com surpresa que recebeu o convite de Fernando Collor.

“Ele me chamou para conversar e disse que tinha resolvido fazer uma revolução na Gazeta. Queria um texto mais leve, algo que vinha sendo feito no Esporte. Foi aí que ele me surpreendeu fazendo o convite para que eu assumisse o cargo”, conta, empolgado.

Ao aceitar o novo desafio, Canuto quis ocupar a função por um período de trinta dias de experiência e assim ver como seria seu desempenho à frente do maior veículo de comunicação do estado de Alagoas.

“Um mês de experiência se transformou em 12 anos, uma experiência maravilhosa, indescritível. Tenho maior orgulho de tudo que aprendi em termo de texto na minha jornada dentro da Gazeta de Alagoas. Foi neste matutino, a convivência com colegas extremamente talentoso que tive a sorte de estar ao lado e assim abrir novas portas profissionais na minha carreira. Se hoje consegui destaque e represento algo, eu devo muito ao tempo em que aprendi, vivi e convivi na Gazeta. Tenho orgulho de ter participado de uma etapa desses gloriosos 89 anos da Gazeta de Alagoas”, completou o ex-editor geral.

Ele lembra ainda que durante sua passagem pela Gazeta sempre acreditou na importância dos investimentos e na atualização. Com a era digital, Márcio também acompanha as mudanças dentro do jornal.

“Nosso meio vive em evolução, numa dinâmica incrível e requer que estejamos adaptados ao recurso da internet. A Gazeta sempre esteve à frente do seu tempo e não seria diferente agora. Mesmo em São Paulo, eu continuo acompanhando as notícias do nosso estado através da Gazeta Digital e da Gazetaweb. Essa interligação entre os dois veículos é fundamental no jornalismo atual”.

Ao analisar o que representa a Gazeta de Alagoas para os alagoanos, Canuto é taxativo. “A Gazeta é o registro da própria história de Alagoas dos últimos 89 anos. O que qualquer pessoa quiser saber sobre os fatos mais importantes é a Gazeta a principal fonte. Suas edições são cheias de histórias, é o nosso documento oficial e mais confiável para o povo alagoano”, finalizou.