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Nº 5885
Caderno B

Livro reúne 100 causos escritos por viçosenses

Autores reivindicam o reconhecimento da cidade como berço da cultura alagoana, terra do folclore e de intelectuais

Por Thauane Rodrigues* | Edição do dia 21/03/2023 - Matéria atualizada em 21/03/2023 às 14h25

 

Foto: Ilustração de Agélio Novaes
  
A “Viçosa, cidadezinha do país das Alagoas”, como cantou Théo Brandão continua sendo berço da intelectualidade alagoana. De grandes escritores até jornalistas, médicos, advogados, artistas, mestres populares, personalidades viçosenses seguem ilustrando a história e a memória alagoanas. Prova disso é o livro “Cem Causos da Viçosa das Alagoas”, que será lançado no dia 1º de abril, no Centro de Convenções da eterna Atenas Alagoana — como a cidade já foi chamada no passado, por causa do grande volume de intelectuais que abrigava.

O livro traz 100 causos, reais ou fictícios, que se passam em Viçosa, com suas ruas de calçamento e prédios históricos.

A obra foi pensada durante o período de pandemia, com uma ideia que surgiu nas redes sociais, a partir de postagens de Marcos Peixoto, um dos autores, que aproveitou o período de isolamento para recordar a infância.

Com isso, Angelina Araújo e Nadejane Madeiros, que acompanhavam as postagens, trouxeram a provocação de escrever aquelas e outras histórias e publicá-las no formato de livro.

Com a ideia lançada, surgiu a vontade de trazer mais histórias e outros autores que pudessem contar os causos de Viçosa. Aos poucos, cada convite feito pela rede social foi sendo aceito e a grande equipe de escritores apaixonados pela cidade foi montada.

O livro é assinado pelos 100 autores e foi organizado pela comissão literária da obra, composta por Angelina Melo de Araújo Filha, Ivaldo de França Vilela, José Vieira Passos FIlho, Julio Caio Cesar Rodrigues Vasconcelos Sobrinho, Marcos Antônio Silva Peixoto, Maria Beatriz Brandão Sá, Nadejane Madeiros de Barros Correia e Wagner Accioly Vilela, a obra foi publicada pela Querida Prudência Editora.

De acordo com Maria Beatriz Brandão, o livro “Cem Causos da Viçosa das Alagoas” será de fundamental importância, não somente para a Viçosa, mas para Alagoas e até mesmo para o Brasil.

“Não temos na nossa historiografia literária um registro tão volumoso e tão significativo de tal fato literário, inusitado, único: 100 escritores contando suas histórias de vida, todas ocorridas em um único lugar”, disse ela.

Com prefácio de Aldo Rebelo e apresentação de Marcos Peixoto, Angelina Araújo e Nadjane Madeiros, em mais de 300 páginas é possível conhecer um pouco mais sobre a tão amada Viçosa. Os textos estão dividos em “Causos com brincantes e folguedos”, “Causos da infância”, “Causos da juventude”, “Causos de aventura”, “Causos de família”, “Causos de fatos curiosos”, “Causos de fé e religiosidade”, “Causos de festas e comemorações”, “Causos de personagens populares”, “Causos de travessuras e traquinagens”, “Crônicas pitorescas do lugar”, “Histórias de vida” e “Poéticas da paisagem”.

Entre os contos e causos, está o escrito pelo poeta e escritor viçosense Audálio Honorato, que está presente na página 223, com o causo “Os Viciados nas Sentinelas da Viçosa”. Feliz por fazer parte de um projeto que enaltece a querida cidade, Mestre Audálio explica que Viçosa já teve diversos acontecimentos resolvidos em poesia, como por exemplo, um cidadão que alugou um poeta e lhe deu um tema para que ele soltasse insultos para outro morador.

Para o escritor, que é apaixonado pela cultura da cidade, fazer parte do projeto é uma satisfação imensa. “É um prazer contribuir com a história e cultura de Viçosa. O livro, com certeza, será de muito valor para a sociedade, acredito que, em um futuro próximo, muitas pessoas vão dar risadas, tirar lições e até mesmo se interessar em escrever mais sobre a cidade”, afirmou.

Ansiosa para lançar a obra e mostrar ao público as maravilhas que Viçosa possui, de forma dinâmica e diversa, Maria Beatriz Brandão revela que o livro “Cem Causos da Viçosa das Alagoas” será uma rica experiência para os leitores.

“Somos um povo descendente da subtribo dos Caetés - os Cambembes -, que significa ‘índios tocadores de gaita’, exímios tocadores de pífano, de flauta. Somos uma região que abrigou os quilombolas e, portanto, herdamos também a musicalidade, a propensão à cadência, ao ritmo, à contação de histórias ancestrais, ao desejo de se revelar ao mundo como criaturas plenas de sentimentos e memórias”, diz orgulhosa a viçosense.

O lançamento será uma data festiva, marcante e alegre, como é a gente da Viçosa. É o que garante Maria Beatriz. Haverá apresentações artísticas na praça principal do município, localizado na Zona da Mata de Alagoas.

“Esperamos um Centro de Convenções lotado, são 350 assentos, e, na sequência, a festa na praça. Teremos um estande de vendas e contamos com o apoio da Prefeitura Municipal de Viçosa. Usando as palavras do editor Juarez Orestes, ‘a corda está lançada! Assim nasce um sucesso que tem como bússola a eternidade”, conclui.

*Sob supervisão da editoria de Cultura

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