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Academia Alagoana de Letras celebra o legado de Théo Brandão

Instituição promove bate-papo gratuito com a museóloga Carmen Lúcia Dantas hoje (2)

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Imagem ilustrativa da imagem Academia Alagoana de Letras celebra o legado de Théo Brandão
| Foto: REPRODUÇAO

Iniciando o mês de agosto com o pé direito, celebrando a cultura alagoana e o legado de um dos grandes ícones intelectuais do Estado, a Academia Alagoana de Letras (AAL) abre as portas da Casa Jorge de Lima, no Centro de Maceió, nesta quarta-feira (2,) para a palestra “Théo Brandão no seu tempo-espaço”, que será ministrada pela museóloga Carmen Lúcia Dantas. O evento começa às 9h30 e a entrada é gratuita.

Para Alberto Rostand Lanverly, presidente da AAL, o mês de agosto, quando o folclore brasileiro é enaltecido, é a ocasião perfeita para homenagear Théo Brandão, que é reconhecido nacionalmente por sua pesquisa e obstinação para que o folclore e as manifestações culturais fossem preservadas e protegidas pelo Estado. O literato conta que o evento dá continuidade ao calendário de ações da instituição.

Natural de Viçosa, Theotônio Vilela Brandão, mesmo sendo formado em medicina, sempre demonstrou interesse em contribuir com a história do folclore da cidade natal, tanto que, em 1928, já colaborava com alguns poemas e crônicas sobre a cultura de Viçosa. Em 1931, a divisão de águas entre as profissões de médico e folclorista aconteceu após a publicação do seu artigo “Folclore e educação infantil”.

Em suas pesquisas, Théo Brandão adentrou no universo das crendices populares, superstições, rezas e remédios populares unindo as suas duas profissões. O alagoano conviveu com a chamada Geração Intelectual de Alagoas, grupo formado por Diégues Júnior, Graciliano Ramos, Raul Lima, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz e seu marido José Auto, Aurélio Buarque de Holanda, entre outros.

Apenas em 1960, abandonou a profissão de médico para dedicar-se integralmente ao folclore e assumiu a cadeira de Antropologia da Universidade Federal de Alagoas. Entre suas obras mais famosas estão: Folclore de Alagoas(1949), Trovas populares de Alagoas (1951), O reisado alagoano (1953),Folguedos natalinos de Alagoas (1961), O guerreiro (1964), O pastoril (1964), além de diversos ensaios e artigos publicados em revistas especializadas e jornais.

“Estaremos homenageando e relembrando esse nome que jamais deve ser esquecido, a família estará presente e toda essa palestra será apresentada pela estrela do folclore alagoano dos dias atuais, que é a Carmen Lúcia Dantas. A Academia Alagoana sempre busca levar a cultura para o público, seja ela local ou nacional, e nós não podíamos deixar o mês do folclore passar despercebido e sem mencionar Théo Brandão”, disse Alberto Rostand Lanverly.

Segundo o presidente da AAL, os eventos matutinos têm sido um grande sucesso, com a casa cheia, e dessa vez não será diferente. “Esse é um evento que ganhou uma boa repercussão, muita gente interessada, temos pessoas do interior de Alagoas vindo para participar desse momento”.

Responsável pela palestra “Théo Brandão no seu tempo-espaço”, a museóloga Carmen Lúcia Dantas afirma que Théo Brandão é o astro maior da Escola de Viçosa, grupo de folclorista que primeiro registrou o folclore de Alagoas e despertou para a importância dessas manifestações como elementos de compreensão da formação social de nossa região.

De acordo com ela, a palestra procura focar no tempo e no espaço em que Théo Brandão nasceu e teve a sua formação familiar. Além de destacar o caminho que o intelectual seguiu como pesquisador que estuda a cultura popular, estando ele em outro patamar social.

“Até hoje, pesquisas, dissertações e teses sobre folclore brasileiro têm como consulta de base os livros de Théo Brandão e Câmara Cascudo. Esses dois nordestinos conseguiram registrar aspectos específicos de determinadas manifestações da cultura popular, com cuidadosa fidelidade, em época embrionária dos estudos nessa área, abrindo caminho para a pesquisa etnográfica da região Nordeste. Minha proposta é trazer aspectos dessa etnografia cruzando-a com aspectos contemporâneos”, explicou ela.

*Sob supervisão da editoria de Cultura

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