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Caderno B

Museu a céu aberto em Alagoas é reconhecido pelo IBRAM

Axé Pratagy preserva história do povo negro alagoano e aspectos da cultura afro-brasileira

Por Da Redação com Assessoria | Edição do dia 03/08/2023 - Matéria atualizada em 03/08/2023 às 15h10

 

Foto: : Cortesia
 

Localizado em frente a Praia da Sereia e inaugurado há três anos, o Axé Pratagy — primeiro museu a céu aberto da cultura afro-brasileira em Alagoas, foi reconhecido esta semana, pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), como Ponto de Memória.


A certificação comprova que o equipamento cultural apoia e desenvolve ações de museologia social, pautadas na gestão participativa e no vínculo com a comunidade e seu território, visando a identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial, contribuindo para o reconhecimento e valorização da memória social brasileira.


Liderado pelo babalorixá Célio Rodrigues, o Axé Pratagy é um espaço religioso, educativo, turístico e cultural de acolhimento, formação, preservação e manejo das tradições de matriz africana. A criação do equipamento cultural começou em 2014, após o babalorixá ganhar o espaço de um filho de santo. A partir disso, a construção foi iniciada e durou seis anos.


“Sempre sonhei com um espaço em Maceió que contasse a história do povo negro alagoano e não existe lugar melhor que o terreiro para contar as nossas histórias, então resolvi montar e fazer o museu a céu aberto, com o objetivo de minimizar os preconceitos. A chegada desse reconhecimento pelo Ibram é uma felicidade imensa, pois mostra que é possível realizar nossos sonhos”, disse ele.


De acordo com Pai Célio, o Axé Pratagy, dentro do seu viés turístico, tem como objetivo explicar ao turista as particularidades de Alagoas em relação às tradições afro-brasileiras, além de também desmistificar as ideias preconceituosas sobre as religiões de matriz africana.


A estrutura do espaço conta com árvores e plantas sagradas, as casas dos Orixás e a fonte das Iyabás que, com esculturas, retratam e simbolizam os deuses africanos. Além disso, há uma exposição de pinturas do artista Salles Tenório.


O museu também abriga espaços de memória e reflexão sobre a resistência do povo negro, alojamento e ambientes de preservação e manejo, com reutilização de material, mudário e horta orgânica.


Feliz com o reconhecimento do espaço, o babalorixá destaca que ainda sonha com muitas coisas para o Axé Pratagy e que, logo mais, quer estar celebrando os novos passos do museu.


“Ainda quero inaugurar nosso espaço fechado, para expor com mais segurança nossos materiais mais delicados, as peças históricas da Casa de Iemanjá que existem desde a década de 1940 e, também, abrir para os artistas que resistem fazendo cultura dentro de Alagoas, com fé em Iemanjá, logo logo estaremos com novidades”, disse ele.

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