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COWBOY CARTER

Grammy 2025 consagra Beyoncé e Kendrick Lamar

Premiação que celebra a música reconhece injustiças do passado e arrecada sete milhões de dólares após incêndios em LA

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Imagem ilustrativa da imagem Grammy 2025 consagra Beyoncé e Kendrick Lamar
| Foto: Reprodução

Nenhuma outra cerimônia de entrega do Grammy na última década foi tão artisticamente relevante quanto a desse domingo (2). Em um contexto de esvaziamento da arte pelas redes sociais e do domínio de artistas fabricados, a 67ª edição do prêmio se destacou por escolhas diplomáticas, mas também impactantes.

Depois de quatro derrotas, inclusive quando concorria com o monumental Lemonade, Beyoncé finalmente venceu o prêmio de Álbum do Ano, com Cowboy Carter. A conquista afastou da Academia de Gravação dos EUA a acusação de racismo, já que, antes dela, a última mulher negra a vencer na categoria foi Lauryn Hill, em 1999, com The Miseducation of Lauryn Hill.

Cowboy Carter é um disco revolucionário, que merece o título. Nele, Beyoncé transita por diferentes gêneros musicais, criando uma experiência sonora rica e surpreendente. A faixa Ameriican Requiem, por exemplo, já é apontada como um hino geracional.

A cantora recebeu o prêmio das mãos de uma equipe de bombeiros de Los Angeles e dedicou a vitória a Linda Martell, a primeira mulher negra a fazer sucesso na música country. Com 35 gramofones, Beyoncé segue como a maior vencedora da história do Grammy.

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| Foto: Reprodução

A noite, no entanto, foi de Kendrick Lamar, que saiu com cinco prêmios, incluindo Gravação do Ano e Canção do Ano, pelo megahit Not Like Us.

“Nós somos a cultura”, afirmou Lamar ao agradecer um dos prêmios, exaltando o legado da música negra.

A premiação também mostrou capacidade de autocrítica. Depois que The Weeknd anunciou um boicote ao Grammy em 2020, a Academia de Gravação exibiu um telão com reportagens sobre o problema, que incluía a exclusão de trabalhos memoráveis de Abel Tesfaye.

Em tempos de “Make America Great Again”, discursos sobre diversidade e inclusão marcaram a noite. Durante o segmento In Memoriam, a homenagem a Quincy Jones (1933-2024) resgatou um dos maiores símbolos de cooperação global: uma versão reduzida de We Are The World, cantada por Stevie Wonder. O momento incluiu a homenagem ao cantor brasileiro Sérgio Mendes.

Lady Gaga, ao receber seu prêmio, fez um apelo: “Pessoas trans não são invisíveis”. Alicia Keys, uma das homenageadas pelo impacto social de sua arte, também se posicionou: “Não é hora de acabar com a diversidade de vozes. Vimos neste palco talentos de diferentes origens e pontos de vista, e isso muda o jogo”. Shakira, vencedora de Melhor Álbum de Pop Latino, superando Anitta, dedicou seu prêmio aos imigrantes: “Vocês não estão sozinhos”.

O Brasil também esteve presente na disputa. Milton Nascimento, 82 anos, não levou o prêmio de Melhor Álbum de Jazz com Vocal, por Milton + Speranza, perdendo para A Joyful Holiday, da jovem americana Samara Joy.

A categoria de Novo Artista surpreendeu pelo alto nível das apresentações. Benson Boone, a carismática rapper Donchii (que também venceu Melhor Álbum de Rap), Teddy Swims, Shaboozey e a inglesa Raye impressionaram pela diversidade e pela qualidade vocal ao vivo.

No entanto, a vitória foi para Chappel Roan, drag queen lésbica de 26 anos, queridinha da crítica, que surgiu montada em um pônei gigante.

Na nova geração da música britânica, Charli XCX, 32 anos, dominou a cena com uma performance hedonista e vibrante, cantando Von Dutch e Guess, sucessos do álbum Brat, que lhe rendeu três Grammy.

Já Sabrina Carpenter, 25 anos, mostrou talento teatral ao vencer Melhor Performance Pop Solo, com Espresso. Mais tarde, ainda levou Melhor Álbum Pop, por Short n’Sweet.

O evento começou com Billie Eilish, que interpretou Birds of a Feather. Apesar de ter voltado para casa sem prêmios, brilhou na noite da música mundial.

Além da consagração artística, o Grammy também teve um papel social. Após os incêndios que devastaram Los Angeles, a premiação arrecadou quase sete milhões de dólares para ajudar na reconstrução da cidade.

Confira os vencedores das principais categorias

  • Música do Ano: Kendrick Lamar – Not Like Us
  • Revelação do Ano: Chappell Roan
  • Álbum do Ano: Beyoncé - Cowboy Carter
  • Gravação do Ano: Kendrick Lamar - Not Like Us
  • Melhor Álbum de Pop Latino: Shakira – Las Mujeres Ya No Lloran
  • Melhor Performance Solo Pop: Sabrina Carpenter - Espresso
  • Melhor Performance Pop Duo ou Grupo: Lady Gaga e Bruno Mars - Die With a Smile
  • Melhor Álbum Pop Vocal: Sabrina Carpenter - Short n’ Sweet
  • Melhor Gravação de Dance/Eletrônica: Justice & Tame Impala - Neverender
  • Melhor Gravação de Dance Pop: Charli XCX - Von Dutch
  • Melhor Álbum de Música Dance/Eletrônica: Charli XCX - Brat
  • Melhor Gravação Remixada: Sabrina Carpenter - Espresso (Mark Ronson x FNZ Working Late Remix)
  • Produtor do Ano, Não-Clássico: Daniel Nigro
  • Compositor do Ano, Não-Clássico: Amy Allen
  • Melhor Performance de Rock: The Beatles - Now and Then
  • Melhor Canção de Rock: St. Vincent - Broken Man
  • Melhor Álbum de Rock: The Rolling Stones - Hackney Diamonds
  • Melhor Canção de R&B: SZA - Saturn
  • Melhor Álbum de R&B: Chris Brown - 11:11 (Deluxe)
  • Melhor Performance de Rap: Kendrick Lamar - Not Like Us
  • Melhor Canção de Rap: Kendrick Lamar - Not Like Us
  • Melhor Álbum de Rap: Doechii - Alligator Bites Never Heal
  • Melhor Performance de Jazz: Samara Joy Featuring Sullivan Fortner - Twinkle Twinkle Little Me
  • Melhor Álbum Vocal de Jazz: Samara Joy - A Joyful Holiday
  • Melhor Álbum Instrumental de Jazz: Chick Corea & Béla Fleck - Remembrance
  • Melhor Álbum de Grande Conjunto de Jazz: Dan Pugach - Bianca Reimagined
  • Melhor Álbum de Jazz Latino: Zaccai Curtis - Cubop Lives!
  • Melhor Álbum Vocal de Pop Tradicional: Norah Jones - Visions
  • Melhor Performance Duo ou Grupo de Country: Beyoncé & Miley Cyrus - II Most Wanted
  • Melhor Álbum Country: Beyoncé - Cowboy Carter
  • Melhor Videoclipe: Kendrick Lamar - Not Like Us
  • Melhor Filme Musical: Jon Batiste - American Symphony

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