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ENTREVISTA EXCLUSIVA

‘Se faz sentir, eu canto’: Millane Hora fala sobre a força do forró e os caminhos da própria voz

Cantora e compositora alagoana celebra nova fase com single, turnê junina e projeto social voltado a novos talentos da música

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Imagem ilustrativa da imagem ‘Se faz sentir, eu canto’: Millane Hora fala sobre a força do forró e os caminhos da própria voz
| Foto: Divulgação

Há quase três décadas, uma menina alagoana subia ao palco pela primeira vez, convocada por uma amiga que a ouvira cantar no banheiro. Era o começo — tão casual quanto decisivo e que parece coisa do destino -— da trajetória de Millane Hora, que hoje soma uma carreira marcada pela pluralidade musical, uma voz potente e um olhar atento para a cultura de onde veio.

Em 2025, a artista retorna ao São João com um projeto ainda mais robusto, emocional e pensado nos mínimos detalhes. Lançou recentemente o single Você Ama Ninguém, carro-chefe da temporada, e segue mobilizando afetos e memórias com a sonoridade que a formou. Nesta conversa exclusiva, Millane revisita seu início no forró, comenta a diversidade de sua carreira, fala sobre maternidade, inspiração e sobre o que significa cantar para além dos rótulos.

GAZETA DE ALAGOAS. Conta pra gente um pouco da sua relação com a música. Como começou e o que ela representa na sua vida atualmente?

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| Foto: Divulgação

MILLANE HORA. A música entrou na minha vida de forma inesperada. Sempre amei cantar, ouvia em casa com meus pais, repetia o que escutava quando era menina. Mas, aos 13 anos, uma amiga me ouviu cantar no chuveiro e disse que eu era muito afinada. Ela me levou para um teste numa banda de forró chamada Pura Sedução — e eu passei. Desde então, nunca mais parei. Já são 28 anos cantando.

Sua carreira é marcada pela diversidade musical. Isso é um sinal dessa paixão pela música, independentemente de gênero?

Totalmente. Eu me considero uma cantora independentemente de gênero. Canto o que faz sentido e o que me faz sentir. Em 2008, 2009, eu já tinha uma carreira consolidada na MPB, mas surgiu a ideia de transformar músicas da cultura popular brasileira num ritmo percussivo do axé — e nasceu o projeto Som da Hora. Muita gente torceu o nariz na época. Mas para mim fazia todo sentido. Hoje, vejo que esse trânsito entre estilos virou tendência. A música e nossa cultura são plurais. Se toca em mim, eu canto.

E o forró? Ele sempre esteve presente na sua carreira, porém ganhou mais força nos últimos anos. O que representa para você?

Foi com o forró que tudo começou. Minha formação como cantora vem desse universo. Sempre fui apaixonada pelo som do acordeom. Sem dúvida é meu instrumento favorito. Mesmo nos meus trabalhos com MPB, essa sonoridade sempre esteve ali. Como artista nordestina, sinto-me realizada em propagar um som que é nosso, que tem raízes profundas. E nos últimos anos decidi viver essa tradição com ainda mais entrega.

Fala um pouco sobre a recém-lançada “Você Ama Ninguém”. Como nasceu essa música? É o carro-chefe do São João 2025?

Ouvi essa música no ano passado, enquanto buscava repertório para o São João de 2024. Ela me encantou desde o início. Além de cantora, sou compositora, mas uma das minhas grandes paixões é ser intérprete. Dar voz a histórias que não são minhas e levá-las até quem possa se identificar. Gravei essa faixa para um EP, mas entendi depois que ela merecia um lançamento isolado, com mais atenção. Virou, naturalmente, o carro-chefe deste novo projeto.

E tem mais novidades para as festas juninas deste ano?

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| Foto: Divulgação

Sempre. Eu sou uma artista que gosta de entregar um material completo: música, repertório, figurino, iluminação, projeções, cenografia. Acredito na força do espetáculo como um todo. Nos últimos anos, tenho investido cada vez mais em elevar o nível dos meus shows juninos. Neste ano, esse cuidado está ainda mais presente. É um São João que vem com tudo.

Faz pouco mais de uma década desde sua participação no The Voice Brasil. Como vê essa etapa da sua carreira?

Me orgulho da trajetória que tive ali. Quando entrei, não pensava em vencer, mas em ampliar meu público — e consegui. O êxito nesses programas nem sempre vem com o título. Ele vem do que você consegue fazer com a visibilidade que recebe. Foi uma etapa importante, como tantas outras que vivi, e rendeu bons frutos.

O que te inspira hoje?

Minha família. Meu marido, um homem do bem, que se realiza ajudando os outros. Meus filhos, Cecile e Heitor. Eles são as minhas maiores inspirações da vida.

E o que podemos esperar de Millane Hora daqui pra frente?

Podem esperar uma artista que vai continuar cantando e buscando levar o nome do nosso estado além das fronteiras. E também alguém que quer ser fomentadora de cultura. Hoje sou idealizadora e madrinha do projeto Fábrica de Artistas, que seleciona, por edital, jovens talentos para formação musical. Eles saem do projeto com material de qualidade para começar uma carreira. Às vezes, tudo o que alguém precisa é uma oportunidade. E a Fábrica é sobre isso: abrir caminhos com profissionalismo e afeto.


Ouça aqui o single "Você ama ninguém":

Acompanhe a artista nas redes sociais: @millanehora

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