ARTE E SABOR
Oficina de sabores mistura tradição e cozinha contemporânea na Ilha do Ferro
Ação do Museu Coleção Karandash terá atividades gratuitas para comunidades ribeirinhas


A Ilha do Ferro, povoado à beira do rio São Francisco, em Pão de Açúcar, volta a receber um projeto que atravessa a culinária como quem atravessa o tempo. A Oficina de Sabores no Balanço das Águas, iniciativa do Museu Coleção Karandash com patrocínio do Magazine Luiza, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, chega à região com o propósito de valorizar os saberes da cozinha ribeirinha em diálogo com a gastronomia contemporânea. As atividades são gratuitas e contam com apoio do Senac Alagoas.
Ao longo de cinco encontros, moradores da Ilha do Ferro, Mato da Onça, Assentamento Alemar e outras comunidades vizinhas irão participar de vivências culinárias com chefs renomados, como Thiago Brandão, Wanderson Medeiros, Mariana Bernardes, Antonio Mendes e o convidado Elson Madureira (Madu). A proposta é simples, mas profunda: fazer da comida um lugar de troca, memória e futuro.
Cada oficina será guiada por ingredientes locais: peixe, pitu, galinha, queijo coalho, manteiga, carne do sol, hortaliças e frutas da região. Sob as mãos dos chefs e mestres populares, se transformarão em entradas, pratos principais e sobremesas. O projeto busca inspirar práticas sustentáveis e fortalecer as cadeias produtivas do território.

Além do preparo dos pratos, os participantes terão aulas práticas sobre higienização, métodos de cocção, manipulação segura dos alimentos e técnicas de apresentação. O objetivo é preparar a Ilha do Ferro para novos sabores, mas, principalmente, para novas oportunidades.
“Aqui, o futuro é feito de sabor, identidade e esperança”, afirma Fábio Costa, diretor de Patrocínios e Parcerias do Magazine Luiza. “Estamos promovendo o resgate da nossa cultura, a criação de oportunidades de desenvolvimento e a valorização da sustentabilidade por meio dos produtos locais”, completa.
Para Dalton Costa, presidente do Museu Coleção Karandash, o projeto reafirma o potencial criativo do povoado. Ele defende que a iniciativa vai muito além da comida. É a própria história do lugar sendo mexida com colher de pau, temperada com afeto e servida como um novo horizonte.
“Esse projeto é uma oportunidade para o ribeirinho perceber que é possível preparar uma comida simples, bem apresentada e saborosa, utilizando insumos da região, apoiando os produtores locais e mantendo viva a identidade e as raízes nordestinas.”