EM MACEIÓ
2º Circuito Canjerê do Posú Betá: uma roda de saberes, arte e ancestralidade
Evento em Maceió terá oficinas, debates, filmes e música para celebrar a cultura afro-brasileira


No terreiro Ilé N’ifé Omi Omó Posú Betá, no bairro do Poço, a palavra ganha corpo e a ancestralidade se faz presente. O 2º Circuito Cultural Afro-Brasileiro Canjerê do Posú Betá, um espaço de encontros, trocas e celebrações, teve início nessa sexta-feira (16) e se estende por seis semanas consecutivas, sempre às sextas-feiras, com entrada gratuita.
Sob a liderança da Mãe Mirian, reconhecida como Patrimônio Vivo da Cultura de Alagoas, o evento propõe um mergulho nos saberes afro-brasileiros por meio de oficinas, exibições, apresentações culturais e rodas de conversa que fortalecem a memória coletiva e enfrentam o racismo estrutural a partir das raízes.
Com abertura marcada para as 17h, o circuito traz na programação nomes que reverberam espiritualidade, arte e resistência. Entre os destaques, está o documentário Cartas à Tia Marcelina, do cineasta João Igor Macena, que investiga silêncios e ausências na história da mulher negra brasileira. Também será exibido o DVD Africanto dos Tincoãs, com direção de Aprígio Vilanova, e apresentado o show do multiartista Mateus Aleluia Filho, herdeiro musical de uma linhagem que une canto e fé.
De origem banto, o termo canjerê pode ser traduzido como “roda de saberes” ou “celebração coletiva”. É essa a filosofia que sustenta o evento. Desde sua criação, em 2023, o projeto articula espiritualidade, arte, território e memória, promovendo vivências que reposicionam o protagonismo negro dentro e fora dos terreiros.
O Ilé N’ifé Omi Omó Posú Betá, conhecido também como Casa das Iyábás, é o espaço sagrado onde toda essa força se manifesta. Localizado na Rua Luiz Campos Teixeira, nº 290, o terreiro acolhe o circuito como uma extensão de sua missão: a preservação e expansão dos valores civilizatórios de matriz africana em Alagoas.