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Venda de livros de não ficção aquece mercado editorial

Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, divulgada nesta semana, apresenta pela primeira vez o desempenho por gênero dos livros

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Pesquisa traz o panorama do mercado editorial do Brasil em 2024
Pesquisa traz o panorama do mercado editorial do Brasil em 2024 | Foto: Flavia Correia/Livraria Leitura/Divulgação

Os livros de não ficção representaram a fatia de maior faturamento do mercado editorial brasileiro em 2024, segundo a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), com apuração da Nielsen BookData.

O levantamento, divulgado esta semana, mostra que o mercado editorial brasileiro faturou, em 2024, R$ 6,6 bilhões, no total. Esse número representa um crescimento real de 1,9% quando comparado com 2023, quando o faturamento foi de R$ 6,2 bilhões.

Em número de exemplares, foram comercializados, ao todo, 361 milhões (174 milhões para o mercado e 187 milhões para o governo). Para o presidente do SNEL, Dante Cid, o resultado geral é ligeiramente positivo, o que representa um alívio para o setor.

Segundo os dados apresentados, o gênero Não Ficção Adulta representa 28,5% da categoria em vendas ao mercado, com faturamento de R$ 1,2 bilhão no ano passado. É a primeira vez que a pesquisa, já tradicional no setor, apresenta o desempenho por gênero dos livros. Os dados foram enviados por 122 editoras brasileiras de diferentes tamanhos e perfis.

Mariana Bueno, coordenadora de pesquisas econômicas da Nielsen BookData, explicou em coletiva de imprensa que a divisão é diferente daquela que já era feita sobre os subsetores do mercado, que divide as editoras em Obras Gerais, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais) e Didáticos.

Neste caso, estamos falando dos livros em si. De acordo com Mariana, as categorias foram feitas seguindo um modelo comum no exterior, com Não Ficção Adulta, Didáticos, Ficção Adulto e Infantis e Juvenis. Foi adicionada a categoria Religiosos, já que este mercado é muito forte no Brasil e na América Latina no geral.

Depois da Não Ficção Adulta, os Didáticos representaram o maior faturamento do setor (27,2% das vendas ao mercado, R$ 1,14 bilhão arrecadado), seguidos por Ficção Adulta e Religiosos, com 15,7%/R$ 658,57 milhões e 15,6%/R$ 652,45 milhões. Por fim, estão os livros Infantis e Juvenis, que representam 13% do faturamento, arrecadando R$ 545,43 milhões.

Por outro lado, em número total de exemplares vendidos, os Religiosos saem na frente, representando 29,5% da venda, com pouco mais de 51,3 milhões de livros vendidos. Depois está a Não Ficção Adulta, com 22,6% e 39,2 milhões de exemplares vendidos, seguida por Ficção Adulta (18,7% e 32,5 milhões), Infantil e Juvenil (18,4% e 31,8 milhões) e Didático (10,8% e 18,7 milhões).

Felipe Brandão, diretor editorial da Editora Planeta Brasil, diz que a não ficção tem um papel estratégico no faturamento do grupo: “Livros de não ficção, especialmente nas áreas de desenvolvimento pessoal, saúde mental, espiritualidade, política, história e biografias, costumam ter alta rotatividade nas livrarias e excelente desempenho em canais, tanto físicos quanto digitais”.

“Além disso, muitos desses títulos se tornam long-sellers, mantendo relevância por anos. É um segmento que combina alto apelo comercial com a possibilidade de impacto real na vida dos leitores”, completa ele.

Mariana Bueno explica que, para a realização da pesquisa, o gênero atribuído pela editora ao livro é o que vale. Dessa forma, é preciso levar em consideração que nem todas as editoras classificam seus livros da mesma forma e um livro de tema religioso pode entrar em não ficção, e vice-versa.

Para o próximo ano da pesquisa, que vai avaliar os resultados de 2025, é possível que o levantamento seja afetado pelo fenômeno dos livros de colorir, que tem dominado as listas de mais vendidos com números impressionantes, acima dos 100 mil exemplares, e podem aparecer como Não Ficção Adulta ou Infantil e Juvenil, por exemplo.

Em 2024, o mercado editorial nacional vendeu 361 milhões de exemplares, que geraram um faturamento de R$ 6,6 bilhões. Em 2023, o faturamento foi de 6,2 bilhões e em 2022, de R$ 5,5 bilhões.

Outro dado importante é que, em 2024, as livrarias virtuais foram - pelo terceiro ano seguido - o principal canal de distribuição de livros impressos, representando 33,6% do faturamento e 32,1% dos exemplares. As livrarias físicas estão logo atrás, com 27,7% de faturamento e 30,1% dos exemplares.

No ano passado, o Brasil contava com 135 mil títulos em formato digital, sendo 91% e-books e 9% audiolivros. Desses, 11% eram lançamentos - cerca de 15 mil títulos inéditos. Foram cerca de R$ 171 milhões faturados com 165.716 mil unidades vendidas à la carte, um crescimento de 0,6% em comparação com 2023.

Considerando apenas as vendas ao mercado, o Conteúdo Digital representa 9% do faturamento das editoras. Em 2023, esse número era de 8%.

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