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Vozes de Alagoas

No Dia do Escritor, confira uma seleção de nomes que representam a diversidade e a vitalidade da literatura alagoana

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Imagem ilustrativa da imagem Vozes de Alagoas
| Foto: Divulgação

No dia dedicado a quem transforma a língua em instrumento de criação, memória e ruptura, destacamos dez nomes da literatura alagoana que ajudam a compor o mosaico criativo do estado. A lista, sem ordem de valor, reúne autores de diferentes gerações e estilos, da poesia contemporânea aos romances históricos, passando pela literatura infantil, a crônica e os quadrinhos. Em comum, a força do texto nascido no chão de Alagoas.

O Dia Nacional do Escritor é comemorado em 25 de julho, em alusão ao I Festival do Escritor Brasileiro, promovido pela União Brasileira de Escritores. A lista abaixo é uma direção para os leitores que desejam conhecer a diversidade da literatura alagoana. Há, além dos citados abaixo, muitos e muitas outras a ler e descobrir.

Autora de O Rosto é uma Máquina Aquosa (Ofícios Terrestres), a poeta Ana Maria Vasconcelos foi semifinalista do Prêmio Oceanos 2024, um dos mais prestigiados da literatura em língua portuguesa. Com 36 poemas que evocam imagens aquáticas, memórias e desassossegos, o livro consolida uma escrita que já vinha se afirmando em obras anteriores, como Longarinas, A Raiz é um Raio e Eram Brutos os Barcos. A autora também tem presença constante em periódicos literários.

Madson Costa publicou seu primeiro livro aos 22 anos, Os Meninos da Parte Alta, editado pela Edições Parresia em 2020. A obra venceu o prêmio Diversidades Literárias na categoria de obras inéditas e circula com força nas periferias de Maceió, a ponto de inspirar pichações nas paredes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), onde é possível ver de longe o clamor na parede: “Leiam Os Meninos da Parte Alta!”. Com seis prêmios literários no currículo, Madson prepara o lançamento de Quariterê, seu segundo livro.

Na prosa, Carlos Nealdo, jornalista e escritor nascido em Arapiraca, publicou em 2006 o romance O Pianista Silencioso, durante a primeira Bienal Internacional do Livro de Alagoas. A trama presta homenagem ao cinema mudo e ao sertão, cruzando ficção e realidade por meio da figura de um pianista que recria, com música, as emoções dos filmes projetados e da vida que passa fora da tela. A obra, que traz prefácio assinado por Cacá Diegues, continua a ser redescoberta pelas novas gerações.

Professora, escritora e ensaísta, Enaura Quixabeira tem doutorado em Études Romanes pela Université Stendhal Grenoble III. É autora de livros de crítica e teoria literária, além de textos organizados, artigos acadêmicos e crônicas — gênero que resgata em blogs e sites com um olhar apurado e pessoal sobre o cotidiano.

Artista visual e poeta, Natasha Tinet publicou recentemente a segunda edição de Veludo Violento, livro que lhe rendeu o segundo lugar na categoria Poesia do Prêmio Literário da Biblioteca Nacional de 2019. Com humor e ironia, a autora aborda temas cotidianos e existenciais num tom tragicômico que se destaca na cena poética.

Primeira mulher trans a publicar um livro em Alagoas, Ísis Florescer lançou Segunda Pele em 2021, com sessão de autógrafos esgotada em Maceió. O livro, descrito como “um convite ao abismo e à primavera”, parte da experiência pessoal para refletir sobre corpo, identidade e existência. Ísis também atua como atriz e militante.

Fernando Fiúza estreou na literatura com o livro de poemas O Vazio e a Rocha, em 1995. Depois de viver na França, onde obteve os títulos de mestre e doutor em Literatura Francesa pela Université Stendhal Grenoble III, retornou a Maceió e publicou Tira-Prosa. Também escreveu um monólogo teatral e é roteirista de documentário, navegando por diferentes formas de linguagem.

No campo das histórias em quadrinhos, Jean Lins se destaca pela produção independente. Entre suas obras estão Contos de Griô e Dandara, a Filha do Fogo, que exploram mitologias africanas e figuras da resistência com traço próprio e narrativa comprometida com outras epistemologias.

Atual presidente da Academia Alagoana de Letras, Rostand Lanverly tem voltado sua produção recente para o público infantil. Inspirado pelos próprios netos, publicou sete livros voltados a essa faixa etária. “Não apenas os convido a ler, mas também os encorajo a explorar sua própria coragem e imaginação”, afirma o autor.

Por fim, impossível falar de literatura alagoana sem mencionar Graciliano Ramos. Embora sua obra mais conhecida inclua romances como Vidas Secas e São Bernardo, Graciliano também escreveu contos marcantes, reunidos em livros como Insônia. Sua presença permanece como referência incontornável para as gerações seguintes.

*Sob supervisão da Editoria

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