JARAGUÁ
Artnor 2026 projeta crescimento com artesanato, cultura e gastronomia
Feira deve reunir mais de 80 expositores e atrair 30 mil visitantes em quatro dias de programação em Jaraguá, bairro histórico de Maceió


Entre os dias 19 e 22 de março de 2026, o bairro do Jaraguá, em Maceió, será novamente ocupado por uma das mais importantes feiras de artesanato do Nordeste. A Artnor retorna com a expectativa de reunir cerca de 80 expositores e atrair mais de 30 mil visitantes em quatro dias de programação que une cultura, criatividade e economia local.
Realizada pela primeira vez no fim dos anos 1980, a Artnor se consolidou como símbolo da valorização do artesanato alagoano e da integração entre mestres artesãos e novas gerações criativas. Ao longo das décadas, chegou a registrar números expressivos — como em 2010, quando reuniu 500 expositores e ultrapassou os 100 mil visitantes. Agora, após o retorno em 2024, a feira se firma como peça-chave na revitalização cultural e econômica do Jaraguá.

A edição de 2026 vai além da exposição de peças autorais. A programação inclui oficinas, vivências, atrações culturais e roteiros gastronômicos, reforçando o caráter múltiplo do evento. A proposta é promover um espaço de encontro entre tradição e inovação, impulsionando a economia criativa, o turismo e os pequenos negócios.
Em sua última edição, realizada em 2024, a Artnor contou com a presença de artesãos de 20 municípios alagoanos, recebeu mais de 8 mil visitantes e movimentou cerca de R$ 430 mil em vendas. Para 2026, a previsão é de crescimento expressivo, com maior participação de empreendedores e maior visibilidade para a produção local.

Para o mestre artesão João das Alagoas, um dos nomes mais reconhecidos do segmento no estado, a Artnor ocupa um lugar especial na história do artesanato nordestino. “A Artnor foi pioneira, abriu portas para mestres que já se foram e até inspirou feiras como a Fenearte, em Pernambuco. Eu participei de quase todas as edições e sei o quanto ela significa para nós, artesãos alagoanos”, afirmou.
A força da feira também se reflete no impacto econômico e simbólico para a região. Na avaliação do superintendente do Sebrae Alagoas, Domício Silva, o evento transcende a lógica expositiva. “A Artnor vai além de uma mostra de artesanato. É um movimento cultural capaz de transformar vidas ao integrar arte, turismo, agroindústria e pequenos negócios. É um patrimônio de Alagoas que precisa ser fortalecido”, defendeu.

Desde seu retorno, o Jaraguá voltou a receber a feira como parte de um esforço de resgate da sua identidade histórica. O empresário Thiago Brandão, que representa empreendedores locais, destaca a importância da presença do evento para o bairro. “O Jaraguá é berço da nossa cidade e estamos lutando diariamente pela sua retomada. A volta da Artnor traz arte e cultura para as ruas, ajuda a superar estigmas e fortalece os negócios locais. Estamos de braços abertos para que ela cresça e se torne parte da história do bairro”, afirmou.