SONHO REALIZADO
Escritores falam da experiência de lançar livros na Bienal de Alagoas
Com estimativa de 700 lançamentos no evento, novas obras serão apresentadas neste fim de semana


Para muitos autores, principalmente os de primeira viagem, o maior sonho é lançar o primeiro livro em um grande evento literário. Com uma estimativa de 700 lançamentos, o que não falta são depoimentos de quem já passou pela experiência e de quem ainda aguarda este último fim de semana para ter a chance de mostrar o seu talento ao público durante a Bienal Internacional do Livro de Alagoas.

Integrante do movimento Alagoas Literária, Matheus Cavalcanti participa de mais de um lançamento. Entre as obras estão a terceira edição de Contando os Literatos e Notáveis da Terra dos Marechais e a terceira edição da obra que faz uma homenagem ao cantor e compositor alagoano Carlos Moura, além da primeira edição do livro Contando Alagoas em Prosa e Versos, em que participa como coautor.
“São obras que apresentam a riqueza e a diversidade da cultura alagoana, expressando o legado e a memória. A Bienal é muito importante e necessária para movimentar a economia do livro, da leitura, da literatura e abrir oportunidade para os iniciantes da literatura mostrarem suas inspirações e produções artísticas”, afirma.

Lançando o terceiro livro do que será uma quadrilogia, Jackeline Formiga chamou atenção do público com um cenário chamativo em sua exposição. Com temática LGBT, os romances de Jackeline utilizam a relação de Alice e Júlia para abordar diversos assuntos referentes ao tema. A autora, que já tem dois livros na conta, afirma que o sentimento de estrear na Bienal é bem diferente.
Ela cita as principais diferenças de ter um livro exposto em uma livraria e na Bienal. Segundo ela, a visibilidade e o contato com o público fazem toda a diferença para o escritor independente.
“Lançar o livro na Bienal tem um sabor diferente. Porque você tem neste espaço a possibilidade de ter o contato direto com o seu leitor, de apresentar a sua obra, de falar sobre sua obra para um público que extrapola a sua bolha. Você fala sobre sua obra, o porquê você lançou, como foi que ela nasceu, de onde veio a ideia etc. E aí você percebe que a compra do seu livro não é apenas pela capa ou porque está exposto, ou até mesmo porque é a Bienal, mas porque ele teve curiosidade”, relata.

Com um tópico pouco abordado, a escritora Tania Cerqueira Marques se destaca por apresentar um livro sobre dependência química. Com o título Escravo de Si Mesmo, a obras é um guia sobre a adicção.
De objetivo nobre, Tania afirma que publicar seu livro em plena Bienal é uma honra, e que suas expectativas estão direcionadas para a arte e não para o retorno financeiro.
“O retorno financeiro não é o mais importante para mim, mas sim o lugar de pertencimento da minha arte, do filho que nasceu da minha escrita e do meu amor pela arte literária. Escrever, para mim, é uma terapia e um incentivo para que cada vez eu possa criar muito mais”, conta a autora.
