app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5759
Cidades

Mart�rios: palco da marginaliza��o de cheira-colas

Cresce o número de crianças e adolescentes drogados e entregues à própria sorte nas ruas de Maceió, diante da omissão dos governantes. Diariamente, entre 20 e 30 meninos e meninas de rua se concentram apenas na Praça dos Martírios, tendo à frente e ao l

Por | Edição do dia 15/09/2002 - Matéria atualizada em 15/09/2002 às 00h00

Cresce o número de crianças e adolescentes drogados e entregues à própria sorte nas ruas de Maceió, diante da omissão dos governantes. Diariamente, entre 20 e 30 meninos e meninas de rua se concentram apenas na Praça dos Martírios, tendo à frente e ao lado o palácio-sede do governo do Estado e a Prefeitura de Maceió. Em grupo ou mesmo individualmente, eles cheiram cola de sapateiro, brigam entre si ou praticam pequenos furtos. Algumas vezes, apenas “descansam” sob os efeitos das drogas. Nesse palco, estão alguns comerciantes locais que reclamam da constante presença dessas crianças e adolescentes sem família, escola e sem futuro, até que ações efetivas possam ser feitas. Eles cobram isso, sobretudo das autoridades ali presentes. “Aqui ma minha lanchonete, eles perturbam os clientes que vêm lanchar, sempre pedindo ajuda em dinheiro ou comida”, comenta o comerciante da praça, João Vasconcelos. Um outro problema é o clima de insegurança entre as pessoas que transitam pela praça. Para ele, elas têm receio de ser roubadas pelos menores de rua, apesar do policiamento local. Para João Vasconcelos, os governantes deveriam criar albergues e fazer cumprir a lei, que oferece dignidade à criança e ao adolescente, tirando-os das ruas. “O correto seria que eles pudessem aprender uma profissão, numa instituição como um colégio interno, para saírem de lá em condições de conseguir um emprego, como qualquer pessoa”, diz o comerciante. Seriedade O ambulante Norberto Manoel da Silva explica que necessita agir com seriedade com os meninos de rua, pois, do contrário, os transtornos são muitos. “Não dou brecha para eles, mas tem comerciante aqui que fica doido com tanta perturbação”, afirma, lembrando que, se vacilar, eles colocam a mão no bolso de quem passa. A proprietária da banca de revistas da praça, Valéria da Silva Pontes, garante que não enfrenta problemas com os menores e, inclusive, dois deles chegam a executar pequenas tarefas para a comerciante. “É preciso criar instituições capazes de educar essas crianças e ensinar-lhes algo para a vida, sobretudo em termos de trabalho”, observa, lembrando a importância das empresas se sentirem seguras para absorver essa clientela no mercado de trabalho. O taxista Marques Lisboa mantém seu ponto de parada na praça e queixa-se dos problemas causados pelos meninos. “A gente teme que eles quebrem os pára-brisas dos carros, pois, quando começam a brigar, pegam pedras e ficam se escondendo atrás dos veículos”, revela Marques, ao ressaltar que eles permanecem ali porque há pessoas numa Kombi que levam comida todos os dias, quando os governantes deveriam encaminhá-los a instituições para se educar. É comum também, segundo Marques Lisboa, eles caírem dos bancos ou sofrerem pequenos acidentes, em função dos efeitos da droga, quando têm que ser socorridos pelo Corpo de Bombeiros.

Mais matérias
desta edição