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Protesto de sem-terra interdita a BR-101

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SEVERINO CARVALHO Sucursal União dos Palmares - Dezenas de trabalhadores rurais sem-terra ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) bloquearam, às 15h30 de ontem, a BR-101, num trecho próximo à extinta Usina Bititinga, município de Messias. Eles protestavam contra a falta de alimentação nos acampamentos e, sobretudo, o atropelamento da sem-terra Josiete da Silva, 22, ocorrido no sábado passado, naquela rodovia. Uma faixa empunhada pelos sem-terra traduzia a revolta: ?Aqui morreu Josiete. Aqui o povo continua vivo, com fome de pão e sede de Justiça?. Segundo Carlos Lima, da Coordenação da CPT, a revolta dos sem-terra é grande porque o inquérito policial para apurar o atropelamento não foi aberto, sob alegação de a greve da Polícia Civil ter impedido o procedimento. ?Na verdade, existe uma má vontade da polícia alagoana em esclarecer crimes contra trabalhadores sem-terra. Já são quatro vítimas nos últimos anos?, desabafou Carlos. Os sem-terra utilizaram paus, pedras e pneus em chama para bloquear a BR-101. Eles exigiam a presença dos oficiais do Centro de Gerenciamento de Direitos Humanos da PM. Apenas ambulâncias eram autorizadas a passar. O trânsito tornou-se confuso na rodovia e um congestionamento de cerca de 10 km foi formado. O clima ficou tenso quando um caminhão tentou furar o bloqueio. Segundo os sem-terra, um policial militar identificado apenas como Francisco chegou a sacar de uma pistola e ameaçar os trabalhadores rurais. Revolta Os sem-terra também estavam revoltados com a atuação da PRF que, segundo Carlos, ainda não conseguiu identificar o motorista que conduzia o caminhão Mercedes-Benz azul, de placa KHJ- 1180/SP, no momento do atropelamento. Ele é acusado de não prestar socorro à vítima, arrastada por vários metros, enganchada no pará-choque. ?Até entendo que eles (sem-terra) têm direito de protestar, mas deveriam acampar em frente à Polícia Rodoviária Federal (PRF)?, disse o assessor parlamentar Marcelo Vasco, num ônibus preso no bloqueio. Fome Carlos revelou que uma comissão esteve reunida com o vice-presidente nacional do Incra, Eduardo Freire. Na oportunidade, os sem-terra relataram a situação de fome vivida nos acampamentos e a morosidade nas desapropriações de terra no Estado. ?O governo federal deixou de fornecer alimentação. Então o governo do Estado precisa assumir sua responsabilidade, afinal alagoanos estão passando fome?, criticou a liderança. Só às 19 horas o trecho foi liberado, após negociação com os oficiais da PM.

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