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Nº 5759
Cidades

Metais pesados podem poluir praia de Macei�

ANA MÁRCIA Apesar de não existirem, hoje, estudos e exames capazes de comprovar se há ou não contaminação, por metais pesados, das águas subterrâneas da região de Cruz das Almas, onde está sendo depositado o material proveniente da dragagem do Cais do Po

Por | Edição do dia 29/09/2002 - Matéria atualizada em 29/09/2002 às 00h00

ANA MÁRCIA Apesar de não existirem, hoje, estudos e exames capazes de comprovar se há ou não contaminação, por metais pesados, das águas subterrâneas da região de Cruz das Almas, onde está sendo depositado o material proveniente da dragagem do Cais do Porto de Maceió, o geólogo Abel Tenório defende a análise e o monitoramento das águas de poços artesianos na área. Sua preocupação é justificada pelo fato de em 1996, quando outra dragagem foi realizada no Porto, por uma empresa contratada pelo Pólo-cloroquímico de Alagoas, ter sido detectada a presença de zinco, mercúrio, cobre, cádmio e chumbo na areia retirada do Porto, que, por essa razão, foi jogada em alto-mar. Abel Tenório é consultor da  Secretaria de Recursos Hídricos e  Irrigação e da Casal, com pós-graduação em hidrogeologia e  professor aposentado da Ufal. “A  questão é polêmica e não há análises que comprovem se realmente houve contaminação das águas subterrâneas, mas sabemos que há seis anos foram encontrados metais pesados no material retirado do Porto”, alerta Abel Tenório, ao defender a realização de estudos sobre o problema. Perigo Ele acredita que a presença desses metais, em 1996, possa ter sido provocada por combustíveis, sobretudo gasolina importada através do Porto de Maceió para o terminal de combustíveis existente em Pajuçara. Poderá ter havido vazamento no sistema de transporte até este terminal. Caso o material resultante da dragagem do Porto esteja contaminado por metais pesados, há riscos potenciais de que atinjam o lençol freático da região de Cruz das Almas, onde o produto está sendo depositado. Nessa região, segundo informações de Abel Tenório, é possível encontrar água a menos de cinco metros de profundidade, além de tratar-se de um material muito arenoso que facilita a infiltração de poluentes. “É urgente que se tome medidas para fazer análises desse material e das águas nas imediações, principalmente na planície litorânea, onde se encontram diversos poços para abastecimento de residências e de empresas de distribuição de água em carros-pipa para condomínios residenciais e hotéis”, ressalta Abel Tenório. Metais pesados são extremamente tóxicos e podem afetar o sistema nervoso central, a depender, porém, do nível de concentração dos elementos. Em 1999, quando Abel Tenório prestava assessoria à Coordenação de Recursos Hídricos, da Prefeitura de Maceió, foi iniciado um monitoramento dos poços artesianos localizados nas proximidades do Lixão, em Cruz das Almas, nas proximidades do local onde está sendo depositada a areia retirada do Porto. A imprensa não teve acesso à área para registrar, com fotos, o despejo da areia, por tratar-se de propriedade particular, segundo informações fornecidas no próprio local.

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