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Nº 5824
Cidades

Linhas Integra��o do Centro s�o pontos preferidos de menores viciados em cola

Implantados pela SMTT para fazer o transbordo de passageiros entre os pontos das diferentes linhas que chegam dos bairros ao centro de Maceió, os ônibus que fazem a linha Integração se transformaram no ponto preferencial de encontro de crianças e adoles

Por | Edição do dia 06/10/2002 - Matéria atualizada em 06/10/2002 às 00h00

Implantados pela SMTT para fazer o transbordo de passageiros entre os pontos das diferentes linhas que chegam dos bairros ao centro de Maceió, os ônibus que fazem a linha Integração se transformaram no ponto preferencial de encontro de crianças e adolescentes viciados em cola de sapateiro e sempre prontos para causar transtornos aos demais usuários. A partir do terminal, na Praça da Faculdade, o ônibus é considerado pelos garotos como território livre: eles deitam nos bancos, bloqueiam a entrada, praticam atos obscenos e cheiram cola à vontade. O transporte é gratuito e não há policiamento nem fiscalização. As tentativas de inibir o acesso e a ação dos garotos se resumem a conselhos da agente da SMTT que faz plantão no terminal e de um ou outro motorista. Os poucos passageiros que ainda se arriscam no coletivo se recolhem num canto, incomodados, mas quase sempre sem reação alguma. “Os motoristas preferem não se envolver, porque os meninos andam em bandos e eles temem retaliação. E os usuários fazem o mesmo”, diz a usuária Sandra Fonseca, que mora nas imediações da Praça da Faculdade e usa o ônibus com freqüência para se deslocar ao trabalho. Ela faz parte de uma minoria que reage e já fez uma garota descer porque estava cheirando cola e bloqueando o acesso de outros passageiros dentro do ônibus. Sandra defende que haja policiamento nos pontos, com entradas freqüentes dentro do ônibus. “Não dá para fazer de conta que o problema não existe. Ele existe e é um transtorno para nós, que precisamos do ônibus”, diz. Motorista Fiscal da SMTT, com atuação na área, Laura Souza também acha que o policiamento seria a única forma de inibir. Ela diz que conversa com os adolescentes, pede para que não cheirem cola dentro do coletivo e às vezes consegue resultados. Ela acha que a postura do motorista também influi, e nesse aspecto destaca o atual, da empresa Piedade, que não permite que os meninos se excedam. Os usuários também reconhecem que a situação melhorou um pouco. Edmundo Francisco é motorista da empresa Piedade e está na área há dois meses. “Tem que ter muita paciência, não adianta esquentar a cabeça. Mas também não brinco nem brigo com eles. Se entram com o tubo de cola, peço para descer. Nem sempre consigo”, observa. Integração Difícil mesmo é encontrar alguém que usa com freqüência o Integração, que não tenha passado por momentos de medo e tensão. Maria Valéria Peixoto, que reside em Marechal Deodoro, tornou-se usuária do coletivo por um período e quase entrou em atrito com um desses adolescentes. Janete Santos, que trabalha em um sindicato nas imediações da Praça, diz que já viu de tudo. “Eles fazem gestos obscenos e usam espetinho para roubar dentro do ônibus. Uma vez uma menina roubou a bolsa de uma mulher e o ônibus acabou na polícia, com todos nós dentro”. O baixo número de usuários é reconhecido pela própria SMTT. As empresas consideram tão improdutivo que querem tirar a linha, mas o município prefere outro tipo de solução. Um estudo está sendo realizado para viabilizar um sistema de terminais integrados. Assim, ao invés do Integração gratuito, atrativo para as “viagens” dos meninos e meninas viciados em cola, haveria um sistema que possibilitaria aos usuários circularem entre um bairro e outro, usando apenas um bilhete de passagem. Segundo Josimée Lima, diretora de planejamento de transporte e engenharia de tráfego da SMTT, a linha Integração funciona em sistema de rodízio entre as empresas. Antes a quantidade de ônibus era maior, agora é apenas um, que faz o percurso em 30 minutos. “Não há demanda. O ônibus anda cheio de pequenos e grandes marginais e os usuários acabam preferindo andar a pé”, observa ela. Josimée destaca que a questão de segurança não é competência da SMTT e sim dos organismos de segurança do Estado e do município.cola

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