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Nº 5822
Cidades

Falta de moradia fixa tira oportunidade de trabalho

“Eu gostaria apenas de ter uma oportunidade do governo de sair das ruas para trabalhar e mostrar que tenho dignidade”. A afirmação é da desempregada Claudeci Alves de Jesus, 23 anos, uma das milhares de vítimas da exclusão social imposta pelo poder públic

Por | Edição do dia 06/10/2002 - Matéria atualizada em 06/10/2002 às 00h00

“Eu gostaria apenas de ter uma oportunidade do governo de sair das ruas para trabalhar e mostrar que tenho dignidade”. A afirmação é da desempregada Claudeci Alves de Jesus, 23 anos, uma das milhares de vítimas da exclusão social imposta pelo poder público a quem sempre viveu à margem da chamada sociedade de consumo. Habitante das ruas do centro da capital alagoana – “há mais de oito anos não tenho um teto para morar”, afirma – ela vive do mendigar na esquina do antigo Cine Ideal e sonha um dia deixar o relento para começar vida nova. “Já ouvi muita promessa de gente dos governos perguntando como vivo e do que preciso para mudar de vida. O que nunca vi e acho que jamais vou ver é solução para o meu problema e de milhares que, como eu, estão entregues à própria sorte nas ruas de Maceió”, reclama Claudeci Alves de Jesus. Ela conta que chegou a viver com parentes numa casa no bairro da Levada, mas foi obrigada a deixá-los pelo fato de não encontrar emprego. “Sem emprego, não conseguia ajudar no sustento do lar. Tive que sair para não atrapalhar nem pesar na vida deles”, relata. Vítima da falta de oportunidade de um simples emprego, Claudeci – figura de sorriso ainda fácil, porém desdentado – denuncia ainda diversas formas de preconceito impostas pelos detentores do poder. “Quando peço emprego em casa de família, por exemplo, recebo muitas somente negativas pelo fato de não ter endereço fixo. É como se eu não existisse e não fosse ninguém. É a pior forma de humilhação e como não vejo alternativa vou continuar nas esquinas da capital esperando uma oportunidade de sair da lama”, afirmou a desempregada.

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