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Nº 5759
Cidades

Pelado, com a B�blia na m�o

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Por | Edição do dia 06/10/2002 - Matéria atualizada em 06/10/2002 às 00h00

No momento em que pensávamos que tudo já havia acontecido no meio evangélico, eis que surge mais essa novidade!” Esta foi a reação de um dos pastores evangélicos do Estado – Alexandre Ximenes, da Igreja  Batista Betel (Jaraguá), ao ler, surpreso, a reportagem da revista Eclésia, de circulação nacional, sobre naturismo (nudismo) gospel. Mesmo sabendo que  causam escândalo entre a absoluta maioria dos ‘irmãos’, há nudistas que decidiram mesmo vestir – ou talvez fosse melhor dizer despir – a camisa do naturismo. Não faz muito tempo, os evangélicos eram reconhecidos por sua indumentária recatada, como longas saias para as mulheres e ternos fechados para os homens, pois a moral evangélica sempre vetou a exposição do corpo. Entretanto, vieram novos tempos e, com eles, novas práticas. O comportamento dessas pessoas foi mudando de tal forma que, hoje, já é possível encontrá-las tomando atitudes antes inimagináveis – entre elas, o nudismo. Formado por pessoas que gostam de se sentir bem à vontade – de preferência sem roupa alguma – o grupo de naturistas evangélicos não apresenta nenhum constrangimento em deixar expostas partes do corpo que, em algumas traduções bíblicas, são chamadas de vergonhas. Eles são capazes até de orar, cantar louvores e meditar na Palavra do jeito que vieram ao mundo. Este é o caso do arquiteto curitibano Estevão Prestes, que não vê o menor problema em ficar nu – não apenas sozinho, como diante de outros que compartilham da prática. “Costumo até ler a Bíblia assim”, afirma, justificando que na epístola de Tito, lê-se que “todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis”. Adepto do naturismo desde 1999, Estevão Prestes admite que sentiu certo remorso nas primeiras vezes em que o praticou, chegando a questionar-se sobre o que fazia – sendo evangélico – naqueles lugares. “Mas um dia tive um estalo e pensei: Deus é onisciente, sabe como eu sou, me sonda e me conhece. Ele sabe dos propósitos do meu coração”, lembra. “Desde então, assumi minha conduta, num balneário nudista de Santa Catarina”, acrescenta. A opção acabou custando-lhe a expulsão da Igreja do Evangelho Quadrangular, da qual era membro. “Fui chamado ao conselho e comparado aos demônios”, conta. Hoje, o arquiteto freqüenta os cultos da Igreja Presbiteriana – vestido – mas afirma que muitas pessoas o tratam como uma espécie de ‘bicho grilo’. “Não me importo. Acredito que tenho como missão desmistificar o naturismo”, considera Estevão Prestes, que acabou se tornando um expert no assunto. “Participo de debates e até me arrisquei como articulista do site da revista Naturis – única publicação sobre o assunto no Brasil”, comemora.

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