Crian�as esmolam nas ruas sem ter o que comemorar no seu dia
No dia em que o País volta sua atenção para as crianças principalmente através de campanhas publicitárias os maceioenses assistem, de braços atados, à situação de dezenas de menores que perambulam pelas ruas da Cidade. Esquecidas do poder público
Por | Edição do dia 12/10/2002 - Matéria atualizada em 12/10/2002 às 00h00
No dia em que o País volta sua atenção para as crianças principalmente através de campanhas publicitárias os maceioenses assistem, de braços atados, à situação de dezenas de menores que perambulam pelas ruas da Cidade. Esquecidas do poder público, elas passam seus dias vendendo ou pedindo esmolas nos semáforos, disputando espaço com os carros, e sonham com um presente neste 12 de outubro, mas têm de se contentar em trabalhar para ajudar no sustento da família. O menor M. S., de 9 anos, que pede esmola num semáforo localizado na entrada do Conjunto Benedito Bentes, conta que não estuda porque precisa levar dinheiro para casa. Moro com minha mãe e mais oito irmãos. Meu pai está em São Paulo, informou o menino, enfatizando que atualmente sua mãe está desempregada. Por isso tenho que juntar dinheiro para ajudá-la a comprar comida; por isso não sei se vou ganhar presente no dia da criança, considerou, deixando escapar que seu sonho é ganhar uma bicicleta. No Farol, na Av. Dom Antônio Brandão, crianças do bairro do Reginaldo juntamente com mães passaram o dia de ontem nas calçadas, à espera de serem contempladas com algum dos presentes que vários motoristas distribuíam no sinal. Já que não posso dar um presente ao meu filho, vim para cá, pois minha amiga falou que as crianças estavam ganhando bola, boneca, carrinho e aviãzinho das pessoas que passavam nos carros, justificou a doméstica Roseane Santos, mãe de C. H. S., de 10 anos., que conseguiu ganhar um presente. Infelizmente essa é a nossa realidade, a de pedir nas ruas para ter algo, finalizou.