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Nº 5759
Cidades

Crise amea�a fechar instituto beneficente

As dificuldades financeiras enfrentadas pelo Instituto Catarse – que cuida dos menores de rua de Maceió desde 1994 – levaram o coordenador do projeto, Walmar Buarque, a pensar em fechar a instituição na última semana. Segundo ele, isso só não ocorreu gr

Por | Edição do dia 13/10/2002 - Matéria atualizada em 13/10/2002 às 00h00

As dificuldades financeiras enfrentadas pelo Instituto Catarse – que cuida dos menores de rua de Maceió desde 1994 – levaram o coordenador do projeto, Walmar Buarque, a pensar em fechar a instituição na última semana. Segundo ele, isso só não ocorreu graças à mobilização das professoras, que, apesar de estarem com os salários atrasados há nove meses, se dispuseram a prosseguir com as atividades. Walmar Buarque explicou que a medida seria tomada em virtude do descaso com que o Estado vem tratando a instituição. “Caberia ao Estado oferecer vagas nas escolas para tirar as crianças da rua, mas isso não está acontecendo”, afirmou o coordenador, acrescentando que em agosto o Instituto Catarse encaminhou um ofício à Secretaria Estadual de Educação (SEE), fazendo solicitações nesse sentido, mas até agora não obteve resultado. “Por isso queremos entregar 56 meninos que foram alfabetizados no ano passado (época em que a instituição ainda dispunha do bolsa-escola) ao Conselho Tutelar, com o objetivo de que o mesmo consiga ingressar essas crianças na escola formal, oferecendo-lhes condições de freqüentá-la”, enfatizou. Conselho O Conselho Tutelar, por sua vez, declarou que o desafio proposto pelo Instituto Catarse é salutar. “A SEE não está cumprindo com sua parte”, lembrou a conselheira Dione Cavalcante, salientando que o órgão já entrou com representação junto ao Ministério Público na última semana. “O Conselho Tutelar solicitou ajuda ao Ministério Público, porque somente este órgão poderá impor à SEE que encontre uma maneira de colocar esses meninos na escola formal”, complementou. Apesar dos salários atrasados, os voluntários do Instituto Catarse salientam que é confortante ajudar as crianças. “Não poderíamos deixar de atendê-las”, disse Wilza Lima, professora da instituição há dois anos. Walmar Buarque concordou que fechar a escola seria acabar com um sonho coletivo. “Sem ter onde estudar, que outro caminho esses meninos esperariam, senão o da violência e do crime?”, concluiu.

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