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Nº 5822
Cidades

Sem-terra s�o recebidos � bala em fazenda

Sucursal Arapiraca – Cerca de 200 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram recebidas à bala quando tentavam reocupar, pela 15ª vez, a Fazenda Cavalinha, no povoado Lagoa Comprida, município de São Braz, conforme informa

Por | Edição do dia 18/10/2002 - Matéria atualizada em 18/10/2002 às 00h00

Sucursal Arapiraca – Cerca de 200 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram recebidas à bala quando tentavam reocupar, pela 15ª vez, a Fazenda Cavalinha, no povoado Lagoa Comprida, município de São Braz, conforme informações do coordenador do MST na região, Edi Paulo de Oliveira. Segundo ele, os vaqueiros que trabalham na fazenda efetuaram vários disparos de arma de fogo contra as pessoas que foram obrigadas a se esconder na mata. Alguns sem- terra ainda resistiram à ameaça e montaram barracos de lona nas proximidades da fazenda. Edi Paulo explicou que há três anos as famílias esperam que as quatro mil tarefas da Fazenda Cavalinha sejam desapropriadas, mas reclamam que o Instituto de Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) não fez, até agora, nenhuma vistoria de forma séria que comprove a improdutividade das terras. Os trabalhadores sem-terra ficaram seis meses acampados em outro local, no povoado Lagoa Comprida, porém, de acordo com o líder do MST, a demora em uma solução descontrolou as 400 pessoas do acampamento. “Estamos esperando que o Incra cumpra sua parte, mas durante três anos fomos despejados 14 vezes da fazenda. Foram marcadas duas vistorias e nenhum dos técnicos do instituto apareceu. Desta vez, nosso objetivo é pressionar o órgão a fazer a vistoria necessária para que nós possamos ocupar a fazenda sem medo”, disse o coordenador do MST na região. Batalha Por pouco, ontem, segundo ele, a fazenda não se tornou um campo de batalha. De um lado, os vaqueiros que trabalham na Cavalinha, e do outro, os sem-terra, armados de paus, pedras e foices. “Não queremos derramamento de sangue. Queremos terra para trabalhar e se alguma coisa acontecer, vamos responsabilizar o Incra, já que não tomou as providências necessárias para contornar o caso”, destacou Edi Paulo.

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