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Nº 5822
Cidades

A cada 15 segundos uma brasileira � espancada

A cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. No mundo, a cada cinco dias de faltas no trabalho um deles é motivado por espancamento. Os dados foram apresentados pela secretária dos Direitos da Mulher, do Ministério da Justiça, alagoana Solange Jur

Por | Edição do dia 26/10/2002 - Matéria atualizada em 26/10/2002 às 00h00

A cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. No mundo, a cada cinco dias de faltas no trabalho um deles é motivado por espancamento. Os dados foram apresentados pela secretária dos Direitos da Mulher, do Ministério da Justiça, alagoana Solange Jurema, que está em Maceió. “O problema da violência contra a mulher é grave, atinge todas as classes sociais e todos os países do mundo: infelizmente, ela é democrática e universal”, afirmou Solange em entrevista. Na sua opinião, trata-se de uma questão de postura cultural, que difere, por exemplo de uma briga de bar, por ser cometida por alguém que tem relações de afeto com a vítima, daí por que são difíceis as soluções aos conflitos. “O Brasil tem políticas de atendimento as essas vítimas com as delegacias especializadas, as quais estamos fazendo capacitação em todo o País, para que se possa lidar com o problema de forma respeitosa, além das casas-abrigo”, explicou Jurema. Em Alagoas há duas casas, uma em Maceió outra em Arapiraca. Esses espaços permitem que a mulher possa receber orientação jurídica, orientação para conseguir algum tipo de renda e não mais depender do seu agressor. “Muitas vezes elas agüentam violência porque os agressores são seus provedores e de seus filhos”, afirmou a secretária, ao lembrar que antes o Estado e a sociedade civil não assumiam essa questão, por acreditar que o problema era da família atingida. Segundo Solange Bentes Jurema, a violência tem conseqüências sociais e econômicas graves: nos lares onde o transtorno ocorre é maior o índice de mortalidade infantil, é péssimo o nível de escolaridade das crianças e é maior o índice de aborto espontâneo, entre outros problemas. As pessoas oriundas dessas famílias são reprodutoras de violência, inclusive urbana. Nos últimos anos, na visão de Solange Jurema, houve progressos em algumas áreas relacionadas aos direitos femininos. “Os principais avanços foram nas áreas de educação, onde a mulher está no mesmo nível do homem e, em alguns casos até mais, e na questão legal. O problema é o cotidiano da mulher onde existem muitas diferenças e discriminações”, disse a secretária. No trabalho elas sempre ganham menos, mesmo exercendo funções similares. Na zona rural nordestina, muitas vezes sequer se colocam como trabalhadoras rurais, não têm documentos e ficam fora de benefícios previdenciários e benefícios como bolsa-escola e bolsa-alimentação, entre outros programas sociais.

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