Cidades
Aqui � o ber��rio das �rvores

Um caixote de madeira, dezenas de sacos de terra, um monte de mudas e a mão zelosa de Marleide Ferreira. Ela pega cada embrião verde como se fosse um filho, olha com cuidado (são de araçá), algumas tem cinco, seis folhinhas e o caule do tamanho de um fio. Empurra a raiz microscópica terra adentro e sorri: ?Eu me sinto a mãe das plantas?. Levanta os olhos, nota a movimentação dos colegas (alguns levam mudas no carro de mão, outros aguam ou preparam a terra) e volta ao movimento repetitivo. Planta cerca de dez mudas por minuto. Espécies ornamentais, frutíferas ou nativas de mata atlântica que vão virar árvores para pavimentar praças, jardins e canteiros da capital. A produção do viveiro mantido pela Secretaria de Proteção do Meio Ambiente (Sempma) no parque também se espalha pelas calçadas e quintais de Maceió e de cidades do interior. ?A gente aqui se sente numa maternidade, aqui é o berçário das árvores?, completa Marta Cavalcante. Ao lado dela, Maria Nazaré Ferreira explica como é gostosa a labuta no viveiro. ?Eu saio de casa com problema, chego no trabalho e fico boa, curada?. Uma das mais antigas no parque, Maria Valdete tem os saberes das plantas medicinais. ?A gente planta, limpa, faz o trabalho todo. A gente ama muito esse trabalho?, conta Valdete. O coordenador de Arborização e Jardinagem da Sempma, engenheiro agrônomo José Rubens da Silva, informa que o viveiro produz cerca de 3 mil novas mudas por mês. Com cerca de 2 mil metros quadrados, o centro de criação arboriza a cidade e atende a pedidos de doação de quem quer plantar árvores em casa ou num sítio. ?O pessoal de cidades do interior também vêm buscar mudas aqui, mas o ideal é doar de uma a três mudas por pessoa?, explica Rubens.