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Nº 5822
Cidades

Sopa � a �nica alimenta��o de favelados

Legumes, verduras, óleo, caldo de carne, sal a gosto e... amor ao próximo. Esses são o tempero da sopa que sustenta a maioria dos favelados no Loteamento Bela Vista e que é produzida pela professora Genilda Franco, com o apoio do empresário Guido Bitten

Por | Edição do dia 24/11/2002 - Matéria atualizada em 24/11/2002 às 00h00

Legumes, verduras, óleo, caldo de carne, sal a gosto e... amor ao próximo. Esses são o tempero da sopa que sustenta a maioria dos favelados no Loteamento Bela Vista e que é produzida pela professora Genilda Franco, com o apoio do empresário Guido Bittencurt. Baiana residindo há nove anos em Maceió, Genilda foi uma das fundadoras do loteamento e decidiu produzir a sopa depois de comprovar a carência e a miséria em que a maioria da população vive. “Muita gente vinha na minha casa pedir alguma coisa para comer. Eu dava um pão, dois pães... dava o que podia. Aí eu pensei: é melhor fazer um sopão e distribuir com todo mundo. Pois acredite, muita gente só faz uma refeição por dia e, exatamente, com a sopa que distribuímos”, disse Genilda, apontando uma mulher com aparência de tísica, mãe de dez filhos raquíticos, que sobrevivem à inanição por milagre. A união O empresário Guido Bittencurt, dono da Emel Divisória e de uma construtora, tem o compromisso religioso – ele pertence ao Movimento Cursilhista da Arquidiocese de Maceió – de ajudar aos pobres. Conheceu a professora através de uma reportagem da TV GAZETA e decidiu procurá-la. Com a ajuda do empresário, a professora Genilda Franco pode aumentar a produção de sopa para duzentas pessoas – eram cinqüenta. Da união entre o empresário e a professora garante-se a sobrevivência dos rebotalhos humanos que o poder público jogou para longe da área urbana de Maceió. Guido é consciente, sabe que, além da vocação religiosa que o faz ajudar os carentes, tem a questão da prevenção. “Esses meninos que hoje passam privações serão os mesmos que vão se voltar contra a sociedade quando se tornaram adultos. E muitos nem esperam tanto, pois ainda criança começam a praticar crimes”, destacou. Genilda concorda. Ela virou líder no loteamento e garante que não tem pretensões políticas. “Ajudei muita gente a se eleger, na esperança de que apoiasse a comunidade. Infelizmente, nos decepcionamos, mas não vamos parar com a distribuição do sopão”, acrescentou. E para manter o programa sem apoio do poder público, a professora, além do empresário Guido Bittencurt, conta com o apoio da própria comunidade que trabalha como voluntária e promove eventos, como luta livre entre mulheres, para arrecadar donativos em alimentos.

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