Sem-terra ocupam a Eletrobras
Um exército entrou ontem em Maceió, em marcha acelerada pela rodovia BR-104 e pela avenida Durval de Góes Monteiro. Os soldados desta tropa não usam coturnos ou fardas, mas estão organizados em pelotões, seguem uma hierarquia de comando e dividem-se em mi
Por | Edição do dia 07/11/2013 - Matéria atualizada em 07/11/2013 às 00h00
Um exército entrou ontem em Maceió, em marcha acelerada pela rodovia BR-104 e pela avenida Durval de Góes Monteiro. Os soldados desta tropa não usam coturnos ou fardas, mas estão organizados em pelotões, seguem uma hierarquia de comando e dividem-se em missões específicas. Para uns, é um grupo revolucionário. Para outros, subversivos, ou mesmo um comboio de maloqueiros. Mas basta olhar de perto os soldados e acompanhar um pouco a história de vida deles para concluir que estes agricultores não saíram do campo para invadir a cidade à toa. Eles lutam pela reforma agrária. A marcha que tomou duas das três faixas da principal via de acesso a Maceió tinha duas colunas fixas nos flancos, com seguranças, patrulheiros, motociclistas, assessores de imprensa e equipes de apoio para distribuição de água. Na vanguarda, quatro porta-bandeiras com os símbolos das organizações mobilizadas: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e Movimento Terra e Liberdade (MTL). Com cerca de 2 mil trabalhadores rurais, a mobilização já percorreu mais de 50 quilômetros. Após a ocupação do Centro de Estudos Agrários (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), os sem-terra marcharam até a sede da Eletrobras, no Farol, onde montaram novo acampamento. A destruição de plântulas (mudas de cana) e material de pesquisa do Ceca, na terça-feira, gerou críticas, mas os líderes da marcha mantêm firme a posição de defender o ato revolucionário.