Para Mário Farofa, presidente da Associação Comunitária das Grotas do Moreira, Waldemar Ferreira e Frei Damião, está faltando investimento nas áreas sociais “para tirar os nossos jovens das ruas”. O líder comunitário propõe uma solução simples. “A criança tem que ficar na creche, com alimento e educação. Assim ela vai se tornar um cidadão”. Farofa enfatiza que a grota é violenta porque as crianças se criam soltas, sem ter uma ocupação. “As mães não têm opção: ou vão trabalhar e passam o dia fora, ou ficam em casa para tomar conta dos filhos e passam fome”, conclui. Para ser líder comunitário na grota, não é fácil. Mário precisa ter jogo de cintura para conviver com os traficantes sem confrontá-los ou submeter-se. “Eles oferecem muitas vantagens. Se quiser, dão um boi por dia para a gente distribuir carne, mas eu digo que não, obrigado, com todo respeito, mas não queremos trabalhar assim”. Mário Farofa desceu a grota com a nossa reportagem. Sem ele, não conseguiríamos nem passar perto dos lugares onde chegamos. Muito menos entrevistar vítimas da violência. Os olhos do tráfico estão por todo lado, mas eles conhecem o representante da associação e liberam a passagem.