Do total de escolas alagoanas que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2012, o Ministério da Educação (MEC) selecionou as 20 que apresentaram melhor desempenho. Nenhuma das mais de 160 unidades da rede pública estadual de educação entrou na lista. Da rede pública, somente o Instituto Federal de Educação de Alagoas (Ifal), o antigo Cefet, pontuou: seu campus em Maceió obteve a 5ª colocação. As outras 19 selecionadas são da rede particular de ensino. O resultado é desolador e expõe o caos do ensino público alagoano. “Essa situação não é nenhuma surpresa para nós alagoanos e brasileiros”, reage o pró-reitor de graduação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), professor-doutor Amauri Barros, apontando a ausência de políticas educacionais continuadas como o grande problema do nosso sistema público de ensino. As notas do Enem 2012 por escola foram divulgadas esta semana, e o ordenamento mostra que, das 20 melhor pontuadas em todo o país, 16 são federais, e quatro são estaduais. Ao pinçar a realidade alagoana, verificamos que somente unidades da rede privada estão entre os melhores colégios do Estado. Como explicar que nenhuma escola da rede estadual apareça numa lista como essa, feita pelo Enem? O pró-reitor Amauri Barros aponta a sequência de greves, gestores sem afinidade com as questões de ensino e ausência de programas de capacitação docente (formações continuadas) como causas dessa dura realidade. Para ele, além desses fatores, as questões socioeconômicas, a infraestrutura das escolas e a falta de políticas de assistência estudantil interferem muito nesse quadro negativo.