Cidades
Ocupa��o afeta setor imobili�rio

Um barraco incomoda muita gente. Dois barracos incomodam muito mais. A ocupação de um terreno, ao lado da recém-inaugurada Avenida Márcio Canuto, está tirando o sono de construtores e corretores de imóveis. Em menos de três meses, o acampamento do Movimento Via do Trabalho (MVT) aumentou de 5 para 40 famílias, enquanto as vendas de um empreendimento imobiliário na região despencaram em mais de 60%. ?Antes recebia aqui cinco, seis clientes todo dia, hoje, quando vem um é a pulso?, conta Genildo da Silva, o funcionário de uma construtora, que ficou com o estande montado de frente para os barracos de lona, papelão e madeira. Para os corretores Jesus Júnior e Alberto Carmelo, há um receio grande dos clientes porque a ?favela pode se alastrar?. Mas eles informam que o terreno é uma propriedade privada e o proprietário já entrou com ação de despejo na Justiça, portanto a ocupação é temporária. Setores do mercado imobiliário e alguns moradores da região têm a opinião de que os sem-teto não passam ?de um comboio de maloqueiros, aproveitadores que não têm o que fazer? e ocupam áreas para receber casas e depois vender. ?Tem um bocado deles que têm casa aí na grota e montam barracos aqui só para se dar bem?, interpreta Genildo. ?Acho que eles não têm o direito de invadir uma propriedade privada. Por que eles não invadem as praças, que é público, e não o que é particular??, sugere Alberto. ?O nome já está dizendo tudo: é invasão?, assevera Júnior.