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Nº 5790
Cidades

Sem-teto interditam avenidas

A fumaça preta de pneu queimado, o asfalto quente nos pés e o sol a pino na cabeça não fizeram os sem-teto esmorecer. “Ninguém aqui é vagabundo, queremos dignidade! E respeito!”, gritavam os manifestantes a motoqueiros que xingavam o protesto porque tinha

Por | Edição do dia 05/12/2013 - Matéria atualizada em 05/12/2013 às 00h00

A fumaça preta de pneu queimado, o asfalto quente nos pés e o sol a pino na cabeça não fizeram os sem-teto esmorecer. “Ninguém aqui é vagabundo, queremos dignidade! E respeito!”, gritavam os manifestantes a motoqueiros que xingavam o protesto porque tinham de dar meia volta, diante dos três pontos de bloqueio, nas avenidas Márcio Canuto e Muniz Falcão, no Barro Duro, ontem pela manhã. As mais de 100 famílias acampadas na favela criada há quatro meses também querem casas para morar, o que só está prometido para o ano de 2015. Enquanto isso, eles enfrentam mais uma reintegração de posse da Justiça este ano. É a quinta área invadida pelo grupo nos últimos meses, numa peregrinação que começou com a traumática ação de despejo num terreno na Santa Lúcia, no mês de julho. Segundo o Movimento Via do Trabalho (MVT) e o Movimento de Luta pela Terra (MLT), esta seria uma área verde que foi tomada por posseiros. Após o primeiro despejo, as famílias já ocuparam a sede da Eletrobras, um prédio abandonado do INSS no Centro, um terreno às margens da Avenida Pierre Chalita e este da Márcio Canuto. “As famílias estão cansadas de tanto despejo, não existe uma solução, nem prazo para o governo encontrar um terreno onde a gente possa ficar. Se vier a reintegração de posse, a gente cumpre a ordem da Justiça, mas em 48 horas volta a ocupar porque não temos lugar para ficar”, explica o coordenador estadual da Via do Trabalho, José Cícero dos Santos.

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