Incra adverte que saques impedir�o reforma agr�ria

O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/AL), José Quixabeira, afirmou, ontem, que se realmente a Coordenação da Pastoral da Terra (CPT) adotar a estratégia de saques e invasões de terras em Alagoas, a reforma agrária vai ficar inviabilizada para o movimento, porque os seus integrantes não serão beneficiados com a desapropriação de terras. Quixabeira lembrou que não só a CPT, como todos os movimentos sociais, tem conhecimento da Medida Provisória que impede a realização de qualquer processo de desapropriação e vistorias em áreas invadidas. ?O Incra é contrário a qualquer tipo de violência ou transgressão e não endossa saques ou invasões de terras?, foi taxativo Quixabeira, sobre as declarações do coordenador da CPT em Alagoas, Carlos Lima, de que os sem-terra poderiam partir para os saques e invasões para chamar a atenção do governo federal em relação aos conflitos de terra no Estado. Em relação à ameaça de saques, ele afirmou que se trata de uma decisão subjetiva e não cabe ao Incra qualquer responsabilidade por tal violência. ?Até porque as cestas básicas eram de responsabilidade da Conab e não do Incra, que era apenas o repassador?. Quixabeira reconhece que, proporcionalmente, Alagoas é um Estado emblemático em relação às questões fundiária e agrária, pois a demanda vem sendo sempre superior às possibilidades técnicas operacionais que o Incra possui. Para minimizar essa situação, Quixabeira anunciou que, a partir deste mês, o Incra/Alagoas vai efetivar uma ação concentrada para no prazo de 100 dias realizar a vistoria de mais de 50 imóveis em todo o Estado. A ação foi definida na semana passada, pela Superintendência Nacional de Desenvolvimento Agrário e o corpo técnico regional do Incra.