S� 3% dos assentados receberam t�tulo de terras

Apenas 3% das famílias assentadas até agora pelo governo FHC entre 1995 e 2001 receberam o título de posse definitiva de suas terras. Em Alagoas, os números são parecidos, porque apenas cerca de 1% dos 5 mil assentados pelo programa de reforma agrária recebeu o título de posse, segundo levantamento extraoficial dos movimentos dos sem-terra. Mas o número não bate com o do Incra, que informa que, no ano passado, foram titulados 388 trabalhadores que receberam terras desapropriadas pelo governo federal. Nesse período, foram assentados 367 famílias da meta prevista de 700. Só é considerada titulada, a família que recebe o documento, após ter aplicado de forma regular os créditos para habitação e produção. Pelo balanço do Ministério do Desenvolvimento Agrário, entre 2000 e 2001 127.611 mil famílias receberam os títulos definitivos, sendo que outras 134.011 famílias foram consolidadas nos assentamentos. Nos últimos sete anos, 584.655 famílias foram assentadas em quase 20 milhões de hectares e criados 4.275 assentamentos. A titulação também é o último estágio e o objetivo final do programa de reforma agrária, que é apresentado como um dos projetos de maior sucesso do governo Fernando Henrique, inclusive no exterior. Mas na realidade a situação atual é outra, porque este ano nenhuma família foi assentada até agora em todo o País, quando a meta era de assentar 1.600 famílias. Segundo os sem-terra, no Estado o único assentamento que recebeu o título de posse é o de Maciape/Conceição, localizado no município de Porto Calvo. Lideranças dos sem-terra acreditam que o processo deve ser retardado, principalmente, em Alagoas, “onde os usineiros tentam reaver as terras, apesar de terem sido consideradas improdutivas”, afirmou Marco Antônio, o Marrom, do MST.