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Favelados realizam protesto contra derrubada de barracos

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Moradores da Favela de Jaraguá interditaram, ontem de manhã, um trecho da Avenida Cícero Toledo para protestar contra uma operação da Secretaria Municipal de Habitação, para demolir barracos construídos irregularmente na área. Para fechar a avenida, os manifestantes queimaram pneus, pedaços de madeira, lixo e até um contêiner da empresa Marquise. Por causa do protesto, o trânsito ficou confuso na área de Jaraguá. Muitos motoristas fugiam da confusão voltando pela contramão. Já os motoristas de ônibus tiveram que ficar parados no meio da rua até a pista ser liberada. Devido ao fogo, um caminhão de combustível que estava próximo ao local teve que fazer o retorno às pressas. Exaltados com a operação da Habitação, alguns moradores acabaram cometendo excessos, como atear fogo próximo aos carros que tentavam furar o bloqueio. Nenhum carro do Corpo de Bombeiros compareceu ao local, até ao meio-dia, para combater às chamas que formaram uma espessa nuvem negra. A confusão teve início por volta das 10h30, quando fiscais da Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) e da Guarda Municipal chegaram à Favela de Jaraguá para derrubar barracos construídos irregularmente na área. Segundo o engenheiro da Diretoria Técnica da Habitação, José Anésio Rodrigues, alguns moradores que foram contemplados com casas no Conjunto Carminha voltaram a construir barracos na favela. Segundo Anésio, só seriam derrubados os barracos que estivessem desocupados. Bastou os fiscais da SMCCU começarem a derrubar o primeiro barraco, que estava desocupado, para começar a resistência de alguns moradores à operação. Eles subiram no caminhão da SMCCU e começaram a retirar toda a madeira do barraco. A partir daí, os ânimos ficaram acirrados e alguns moradores jogaram pedras contra os fiscais da SMCCU e os guardas municipais, que não reagiram aos ataques. Até as crianças foram estimuladas pelos pais a participar do protesto. O pescador Benedito Alves dos Santos, que se apresentou como dono do barraco demolido, protestou contra a operação. “A prefeita deveria era tirar quem não é pescador e está invadindo a área”, protestou. Ele garantiu que iria resistir a ordem da prefeitura de desocupar a área. Na confusão, uma repórter da TV Pajuçara chegou a ser atingida por uma pedra. Saldo Apesar da resistência e tumulto provocados pelos moradores, no fim da tarde a Habitação distribuiu matéria informando que teria demolido 13 novos barracos na vila, de famílias que já haviam sido transferidas para os conjuntos Carminha e Freitas Neto (no Benedito Bentes) e que se desfizeram do imóvel, tentavam retornar para Jaraguá. Segundo o subsecretário da Habitação, Marivaldo Coutinho, no acordo firmado entre a Prefeitura e a Petrobras para concessão da área, foi permitida, exclusivamente, a permanência de trabalhadores sobreviventes da pesca e numa área restrita, fora de risco. “Se essas pessoas já foram beneficiadas com casas, não podemos permitir o retorno delas para o local”, afirmou.

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