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Nº 5759
Cidades

Im�veis de alto luxo atraem investidor paulista

THEODOMIRO JR. Os investidores do mercado imobiliário - notadamente, os de São Paulo - estão migrando recursos, antes destinados à bolsa de valores e aos fundos de investimento, para aplicá-los em imóveis na capital alagoana. Este fluxo de capital tem

Por | Edição do dia 03/03/2002 - Matéria atualizada em 03/03/2002 às 00h00

THEODOMIRO JR. Os investidores do mercado imobiliário - notadamente, os de São Paulo - estão migrando recursos, antes destinados à bolsa de valores e aos fundos de investimento, para aplicá-los em imóveis na capital alagoana. Este fluxo de capital tem aquecido tanto o segmento de flat, no caso os hotéis Meliá e Jatiúca, como os de alto padrão na orla da Ponta Verde. O problema é que não há disponíveis no mercado unidades de luxo à beira-mar. As construtoras simplesmente não têm este produto no momento. Conforme antecipa o empresário Márcio Raposo, um dos mais experientes consultores de imóveis do Estado, há uma grande expectativa em torno do mais recente projeto da Cipesa, que será erguido no terreno do Sítio Jatiúca e cujo esboço ainda está sendo finalizado pela equipe de Rubem Wanderley. “Tenho uma lista com dez investidores interessados em residenciais de alto luxo à beira-mar. Por enquanto, permanecem aguardando”, diz Raposo. Aí surgem algumas perguntas. Por que muitos paulistas estão deixando a terra da garoa para investir em Maceió? E por que o mercado de alto luxo está em franco crescimento? Vamos por parte. Há um senso comum de que o segmento de alto luxo está aquecido nos principais centros imobiliários, São Paulo é um exemplo. Lá, um apartamento de 800 m2, próximo ao Parque Ibirapuera, pode ser vendido por R$ 5 milhões. Compradores não faltam. Mas qual a causa deste movimento? Márcio Raposo explica: muitos investidores estão insatisfeitos com o percentual de rentabilidade da bolsa de valores, fundos de renda fixa, comodities, ouro e principalmente o dólar. Um dos caminhos naturais em momentos como este é investir em imóveis, o mais seguro dos investimentos e com altos ganhos financeiros. Respondida a primeira pergunta, vamos à segunda. Por que Maceió e não São Paulo, no caso dos paulistas? O investidor globalizado, atento a outros mercados, sabe que na principal capital do País não dá para adquirir um apartamento por dois milhões de reais e revendê-lo por R$ 4 milhões, embolsando 100% do investimento. Em Maceió, tal rentabilidade existe e chega a ultrapassá-la. Números reunidos por Márcio Raposo comprovam esta assertiva. O m2 do apartamento à beira-mar na Ponta Verde nunca chegou a 1.000 dólares, hoje alcança os 1.083 dólares. Com os terrenos está acontecendo a mesma coisa. Nunca o m2 de uma área à beira-mar registrou 400 dólares, hoje um terreno de 900 m2 na orla tem m2 na casa dos 600 dólares. Márcio Raposo explica que este valor se refere apenas a áreas de menor porte, terrenos enxutos como os de 900 m2. Segundo Márcio, o interesse dos paulistas por imóveis na capital alagoana é tão grande que, ao serem informados de uma boa oportunidade de investimento, autorizam por telefone a aquisição. “De lá eles autorizam a compra, enviam os recursos e aqui faço a negociação. É uma questão de credibilidade e de confiança”, acrescenta o empresário. Os investidores de Márcio foram turistas que, em visita à cidade no verão passado, enxergaram no mercado imobiliário local boas alternativas de negócio. Raposo volta a apresentar números que impressionam e respondem por que imóvel é considerado o investimento de maior retorno no cenário econômico brasileiro. “Aqui, o investidor compra um apartamento por 300 mil reais e vende dois anos depois por R$ 750 mil. No mês passado comercializei um apartamento no (Hotel) Meliá por 75 mil reais. Agora, ele foi novamente vendido por R$ 85 mil”. Vamos a mais uma rodada de números para encerrar a reportagem com chave de ouro: um imóvel no Edifício Varandas da Ponta Verde foi adquirido por 300 mil reais há dois anos, hoje está avaliado em R$ 800 mil, quase três vezes mais. Em abril de 1999, no Ilha do Cartier um apartamento valia 350 mil reais, hoje custa R$ 700 mil. Os números falam por si.

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