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Nº 5759
Cidades

Zona de exclus�o vai ajudar a repovoar recifes

As pesquisas acerca da criação da zona de exclusão começaram há quatro anos e tiveram a contribuição da Ufal. O professor Gabriel Le Campion reforça que a decisão de se preservar a Piscina do Amor foi tomada por causa do resultado dos estudos científicos

Por | Edição do dia 24/05/2015 - Matéria atualizada em 24/05/2015 às 00h00

As pesquisas acerca da criação da zona de exclusão começaram há quatro anos e tiveram a contribuição da Ufal. O professor Gabriel Le Campion reforça que a decisão de se preservar a Piscina do Amor foi tomada por causa do resultado dos estudos científicos executados na última década. O levantamento mostrou não somente o desaparecimento de espécies, mas de várias comunidades recifais, que é muito mais grave. “O recife que escolhemos não tem muita frequência (garante uma melhor qualidade da área que se pretende preservar), é um recife-escudo (sendo o principal protetor da Praia da Pajuçara contra os mecanismos de erosão marinha) e é responsável por barrar a direção dos ventos. O nosso objetivo é tentar manter uma zona de organismos que possam repovoar os recifes anexos, dada a proximidade com a piscina da Pajuçara. A enseada da Pajuçara ainda tem uma biota por causa desse recife-escudo”, pontua. Segundo explica o professor, a fração de sedimentos da Pajuçara é diferente da encontrada na enseada vizinha. Os grãos mais grossos estão mais concentrados na Ponta Verde, sobretudo nas proximidades do extinto Alagoinhas. “O deficit sedimentar leva ao mecanismo erosivo na Pajuçara, provocado pelo dique do Alagoinhas, que está no mar. Não se tem um estudo aprofundado das correntes para saber onde os sedimentos vão parar. Sabe-se, por enquanto, que a corrente litorânea que passa pela Ponta Verde está levando os sedimentos para a área de Pajuçara e se concentrando sobre os recifes, acabando com as comunidades”, diz. A enseada da Pajuçara está virando um lamaçal, de acordo com Le Campion. “Quem segura a praia é o recife e não estamos fazendo nada para preservá-los. Pelo contrário: estamos jogando esgoto e sedimento sobre eles. Temos provas suficientes de que a força dos ventos tem aumentado significativamente na última década, por causa da diferença térmica entre o oceano e o continente. Além disso, estamos desmatando muito e esse fator faz com que os ventos fiquem mais fortes, o que gera mais energia. Para ter mais energia, é preciso que o recife esteja preservado e forte. E as comunidades mantêm o recife estruturado”, completa.

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