A vazão do São Francisco, nos últimos anos, é estimada em aproximadamente 2.846 metros cúbicos por segundo. Para chegar a Alagoas, as águas passam antes pelos vários estados que compõem a bacia hidrográfica e também servem para a geração de energia elétrica e distribuídas para a população, a agricultura, o comércio e a indústria. Em tempos de seca e poucas chuvas, como tem acontecido há anos seguidos, a vazão que chega a Alagoas é em média de 900 metros cúbicos, segundo confirmam especialistas e defensores do rio, como o funcionário público aposentado Antônio Jackson Borges Lima, responsável pela criação e fundação do Museu do São Francisco, em Pão de Açúcar, e Antônio Gomes dos Santos, o Toinho Pescador, um dos fundadores e primeiro presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco. “Estão querendo acabar com o rio. A sociedade está sendo enganada. São 507 municípios jogando esgoto no rio, além do agronegócio, do assoreamento, o desmatamento, o abandono e até mesmo os excessos de zelo que atrasam ainda mais as soluções”, indignou-se Jackson Borges. Ele considera ainda que o projeto de transposição do rio, determinado pelo governo federal, só vai contribuir ainda mais para a morte do São Francisco, e, se finalizado, deve beneficiar somente o agronegócio para “grupos poderosos”. Em Alagoas, o Canal do Sertão, projeto semelhante, segue em curso e, passados vários governos, ainda depende de recursos para a sua conclusão. O propósito é captar água do São Francisco e distribuí-la a partir de municípios do Sertão até chegar a cidade de Arapiraca.