O governo brasileiro vem reduzindo progressivamente os leitos psiquiátricos. A política vigente é expandir os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) e criar Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais, incluindo as ações da saúde mental na atenção básica. Em consequência, mais de 60 mil pacientes foram retirados de hospitais e clínicas por todo País. Em Maceió, essa política de asfixia dos hospitais e clínicas psiquiátricas ganha contornos mais concretos com a crise na Clínica de Repouso José Lopes de Mendonça, situada no bairro do Mutange, em Maceió. Uma das mais antigas do Estado, com 54 anos de existência, a Clínica José Lopes se descredenciou do Sistema Único de Saúde (SUS) no início de maio último, suspendendo atendimentos e internações para novos pacientes. Dos quase 500 internos que tinha há cinco anos, restaram os 100 que serão remanejados para outras unidades da rede pública. Eles estão sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que pediu prazo de seis meses para assumi-los.